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Isenção do Imposto de Renda será o 14º salário do trabalhador
"As pessoas que serão beneficiadas fazem parte de um grupo que necessita de recursos e deve adquirir produtos e serviços de outras pessoas que vão também consumir mais", disse presidente do Sindifisco
Edição: 519
Data da Publicação: 21/03/2025
Presidente
Lula enviou ao Congresso Nacional Projeto de Lei que visa fazer justiça à
classe média brasileira. O projeto isenta do pagamento do Imposto de Renda
cerca de 10.000.000 de brasileiros que ganham até R$ 5 mil por mês. Disso
resultará uma perda de arrecadação estimada em 27 bilhões de reais anuais.
Para que a
proposta de Lula não exploda no dólar, nos juros futuros, na taxa de risco da
economia brasileira, o governo precisa aprovar no Congresso, junto com a
isenção do IR, uma taxa de até 10% sobre os rendimentos de 141.000 brasileiros
que recebem mais de R$ 50 mil por mês ou R$ 600.000 por ano.
Serão os
milionários que financiarão o alívio financeiro da classe C, eles correspondem
a 0,06% da população. O problema é que esse nicho de pessoas é que fala mais
alto no Congresso Nacional do que os outros 99,94%.
Hoje a isenção está em R$
2.824
Atualmente, a
faixa de isenção está em R$ 2.824, e o novo projeto praticamente dobra
esse valor. Com a mudança, cerca de 90% dos contribuintes terão
isenção total ou parcial do imposto.
Será o 14º salário
Um cidadão que
ganha R$ 4.997 paga de imposto de renda, retido na fonte, mensalmente, o valor
de R$ 478. Esse valor, em 12 meses, significará R$ 5.736 que deixarão de sair
de seu salário e serão incorporados à sua renda.
Sindicato dos Auditores
Fiscais
O Sindicato
dos Auditores Fiscais, o Sindifisco Nacional, estimou que essa isenção pode
aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em três pontos percentuais em
2026. O presidente do Sindifisco, Dão Real, explicou: "As pessoas que serão
beneficiadas fazem parte de um grupo que necessita de recursos e deve adquirir
produtos e serviços de outras pessoas que vão também consumir mais. Então
teremos um efeito multiplicador na economia. A expectativa é que esse efeito
multiplicador compense a pequena redução no investimento, causando um
crescimento de até 3 pontos percentuais no PIB".
Reparação histórica
A proposta do
presidente Lula de isentar do Imposto de Renda os trabalhadores que ganham até
R$ 5 mil mensais não é apenas uma medida econômica, mas uma reparação histórica
com as camadas menos favorecidas da sociedade brasileira. Apresentada durante a
campanha eleitoral de 2022, a proposta foi defendida tanto pelo atual
presidente quanto pelo então presidente e candidato a reeleição Jair Bolsonaro,
demonstrando que a medida tem amplo respaldo popular e transcende divisões
políticas. A proposta do governo também inclui quem recebe entre R$ 5 mil e R$
7 mil por mês, prevendo um desconto parcial.
País desigual
O Brasil é um
dos países mais desiguais do mundo. Dados do relatório da Oxfam de 2024 revelam
que 63% da riqueza nacional está concentrada nas mãos de apenas 1% da
população, enquanto os 50% mais pobres detêm apenas 2% do patrimônio do país.
Entrave ao desenvolvimento
econômico
Essa
desigualdade gritante não é apenas um problema moral, mas também um entrave ao
desenvolvimento econômico e social do país. A isenção do Imposto de Renda é um
passo importante para começar a corrigir essa distorção, aliviando a carga
tributária sobre os trabalhadores de baixa renda e injetando mais recursos na
base da pirâmide social.
A mudança será
gigantesca, 9 em cada 10 contribuintes terão isenção total ou parcial, e 65%
dos declarantes (mais de 26 milhões de pessoas dos 40 milhões) não pagarão
imposto algum. Essa medida representa a maior e mais efetiva alteração na
tabela do IR da história recente do Brasil, beneficiando diretamente a classe
trabalhadora e fazendo pagar realmente quem precisa.
Ao contrário
dos ricos, todo recurso a mais que a classe trabalhadora recebe, vai para o
consumo, movimentando a economia, melhorando a alimentação, gerando mais
empregos e, consequentemente, melhoria da qualidade de vida, ou seja, impulsionando
o crescimento econômico.
Agora, a bola
está com os deputados e senadores.
Contribuíram
TV247 (Aquiles) e Josias