Família Deister
Famílias Pioneiras e seus Brasões de Armas - 13
30/07/2021
Historiador Sebastião Deister
Edição 356
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Os
primeiros membros da família surgiram na cidade de Sauerschwabenheim, na área do Rio Reno e aos pés de uma imponente
montanha denominada Deister. Lá,
pelos idos do século XV, uma família decidiu utilizar o nome da montanha que
protegia sua cidade como sobrenome, surgindo assim a linhagem Deister. Se, por
um lado, o sobrenome Deister remete-se à montanha que circunda
Sauerschwabenheim, por outro aquele que pode ser considerado como sendo o
primeiro Deister dentro da Alemanha surgiu na cidade de Gau-Algesheim em 1667,
uma vez que nesse ano já havia nos livros do cartório local o nome de Johann
Bernard Deister, filho do casal Anton Deister e Anna Maria Deister, ali
batizado por um padre chamado Victor. Em 24 de agosto de 1700, este Johann
Bernard Deister contraiu núpcias com D. Appolonia Schiffman, também natural de
Gau-Algesheim, tendo com ela os filhos Stephan e Henrich.
Ficando viúvo, Anton casou-se uma segunda
vez em 1692. Desse matrimônio com D. Katharina Dörst, nasceram os filhos Margaret (em 1694); Johann Georg (em 1696); Johann
Jakob (em 1699) e Maria Gertrud (em
1702). Anton morreu em 5 de julho de 1705, deixando Katharina Dörst grávida de
oito meses. Assim, sua última filha, batizada com o nome de Maria Othilia,
viria à luz aproximadamente um mês depois do falecimento do pai. Já em 11 de
novembro de 1720, Johann Georg Deister - o segundo filho de Anton com Katharina
- casou-se com D. Maria Bárbara Schäberger (também natural de Gau-Algesheim),
indo ela para seu segundo matrimônio.
No dia 25 de fevereiro de 1733, Johann
Georg Deister também esposou a senhora Maria Clausner, da cidade de Partenheim.
Àquela época, a maioria dos campônios alemães tinha por costume conviver com
duas esposas, visto que, em função de muitos nascimentos prematuros e a
consequente morte das crianças, eles garantiam a descendência da família
através de duas companheiras. Apesar dessa "bigamia consentida", é de se
supor, portanto, que Joahnn Georg se tenha casado como Maria Clausner quando
ainda mantinha vínculos matrimoniais com Katharina Dörst.
Martim (Dengler) Deister - o terceiro filho de Martim Deister e
Suzanna Dengler e o pioneiro no Brasil - nasceu em Gau-Algesheim no dia 3 de
dezembro de 1808. Em 13 de setembro de 1835, com apenas 27 anos, casou-se com D. Gerturd Gebhardt, ela natural de
Sauerschwabenheim. Martim trabalhou até seus 37 anos na lavoura daquela cidade,
dedicando-se às artes da vinicultura e morando com irmãos em uma casa alugada
dentro de uma ex-abadia beneditina. Posteriormente, o local foi incorporado ao
Grão-Ducado de Hessen, tendo como capital a cidade de Darmstadt. Seria
interessante lembrar que o edifício que abrigava a abadia existe até hoje
naquele mesmo lugar, sendo agora uma propriedade pertencente a outra família e
não aos Deister. Foi nessa casa que nasceram os filhos de Martim e Gertrud, a
saber: Friedrich (nascido em 17 de junho de 1836 e morto em 19 de junho de
1836); Anna Maria (nascida em 2 de junho de 1837); Georg (nascido em 29 de maio
de 1838); Johann (nascido em 9 de setembro de 1839); Maria Anna (nascida em 23
de novembro de 1840); Gabriel (nascido em 31 de dezembro de 1842) e Katharina (nascida
em 4 de março de 1843 e falecida em 3 de março de 1844).
Martim resolveu emigrar para o Brasil em
29 de julho de 1845. Nessa ocasião, o engenheiro Júlio Frederico Köeller
mobilizava colonos alemães para auxiliá-lo na construção de Petrópolis.
Portanto, é bastante provável que tal convite tenha estimulado a emigração dos
Deister para o Brasil. Desde então, a história da família, no Brasil,
confunde-se com a própria História da criação e do crescimento da Cidade
Imperial. Com efeito, foi participando das atividades sociais e urbanísticas
que a família Deister radicou-se em Petrópolis, unindo-se a outras gerações teutônicas
ali residentes, como os Waldhelm, Justen, Grotz, Mayworm, Hümmler, Weber,
Kochems, Tesch, Schöenwetter, Kreischer, Hoelz e Klinkhammer, entre outros,
além de famílias de diversas origens europeias, tais como os Casquilha (portugueses),
Roquet (franceses) Guglielmi (italianos)
e os Albergaría (espanhóis), essas também aportadas na cidade serrana em busca
de novas oportunidades de vida.
Martim Deister e família chegaram ao
Brasil pelo navio "Virginie", um brigue francês comandado pelo capitão M. Four, após
45 exaustivos dias de viagem a partir do porto de Dunquerque. Com ele, vinham
mais 161 colonos alemães, animados e esperançosos. Por ter uma família de 6
pessoas, Martim recebeu, chegando a Petrópolis, a gratificação imperial de Rs.
25$000 (vinte e cinco mil réis) e mais o Prazo de Terras nº 670 do Quarteirão
Nassau onde deveria erguer sua casa. Dois anos depois, recebeu nova
gratificação de Rs. 20$000 (vinte mil réis), sendo que em 27 de dezembro de
1859 viu seu nome ser colocado com o nº 58 na Relação da Diretoria da Colônia
Alemã de Petrópolis.
Após a morte de Martim, em 10 de março de
1883, seu Prazo de Terras foi então dividido entre seus 5 filhos, visto que, em
Petrópolis, viera à luz, em maio de 1858, o filho caçula Martim Deister Junior,
o único, a propósito, nascido em terras brasileiras.
Foi graças a José Deister (6º filho de
Johann e neto de Martim) que Miguel Pereira viu-se contemplada uma linhagem
dessa família de colonos alemães. José casou-se no dia 13 de junho de 1903 com Luiza
Rodrigues Casquilha, em Petrópolis, vendo nascer no bairro Cascatinha, daquela
cidade, sete dos seus dez filhos, a saber: João (em 1904); José Filho (em 1905
e morto na infância); Maria Luiza (em 1908); Aurora (em 1910); Roberto José (em
1914); Augusto (em 1916) e Carlinda (em
1918).
Miguel
Pereira
Em Miguel
Pereira, vieram à luz MARTA (em 1921 e falecida na infância); JOSEPHINA (em
1922) e SEBASTIÃO (em 1924 e morto na infância). Do primogênito João (casado
com Áurea Monteiro Deister), nasceram em Miguel Pereira Hilda, Helena, Hugo,
Humberto, Heitor (todos já falecidos), Eloisa e Sebastião.
Brasão de Armas da Família
Deister
Escudo prateado com três leões vermelhos,
dois em cima e um embaixo (representando coragem e força); sobre um elmo coroado,
um leão vigilante segura uma árvore copada (simbolizando riqueza e fertilidade).
As mantas do elmo são da cor vermelho-prateado (significando bravura).