Intolerância religiosa no trabalho é intolerável

Rafael da Silva Oliveira, de 37 anos, diz que foi demitido após ter sido chamado a atenção por usar uma máscara com estampa do orixá Ogum

 16/07/2021     Fala Bizerra!      Edição 354
Compartilhe:       

Um fato lamentável de intolerância religiosa com um trabalhador do Supermercado Mundial fez o Sindicato dos Comerciários entrar com uma denúncia no Ministério Público do Trabalho. 

Rafael da Silva Oliveira, de 37 anos, diz que foi demitido após ter sido chamado a atenção por usar uma máscara com estampa do orixá Ogum, principal santo das religiões de matriz africana. Mas, outros funcionários usavam equipamentos de proteção individual com frases religiosas, menções a Jesus e a times de futebol sem nunca terem sido questionados pela empresa.

Ao pedir esclarecimentos sobre a demissão, sofreu várias retaliações e intimidações por parte de seguranças da empresa. Rafael teve uma atitude importante ao registrar a ocorrência por intolerância religiosa na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância. 

Temos que garantir o livre exercício dos cultos religiosos, conforme prevê o artigo 5º da Constituição Federal de 1988. O Brasil é um país laico e não possui religião oficial, garantindo que todos possam manifestar, livremente, suas crenças e cultos. 

Abrigamos aqui as mais diversas religiões e não podemos aceitar casos de discriminação relacionada à religiosidade. Nossa luta é por um Brasil desenvolvido, acolhedor com seu povo, justo e igualitário.

 

Marcelo Bizerra é dirigente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, Miguel Pereira e Paty do Alferes, dirigente da CTB e presidente da ONG Reviva.