Presidente do Instituto Histórico e Geográfico, professor e arquiteto Olínio Gomes Paschoal Coelho

A semana passada ficou marcada pelo falecimento do presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Vassouras (IHGV)

 17/09/2021     Obituário      Edição 363
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Infelizmente, a semana passada ficou marcada pelo falecimento do presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Vassouras (IHGV), o professor e arquiteto Olínio Gomes Paschoal Coelho, vitimado por sérios problemas cardiovasculares.

Nascido no Rio de Janeiro em 1935, Olínio desempenhou, com extremo profissionalismo, suas funções como arquiteto e urbanista diplomado pela Faculdade Nacional de Arquitetura da antiga Universidade do Brasil, hoje UFRJ. Ali, obteve o título de livre docente e doutor em Teoria da Arquitetura, tornando-se, rapidamente, professor titular dessa disciplina no Departamento de História e Teoria, cuja chefia exerceu por diversos mandatos.

Logo em seguida, por conta da colaboração com a Escola de Arquitetura da Universidade de Roma, especializou-se, também, em Conservação e Restauração de Monumentos e Sítios Históricos através de um curso ministrado pelo Centro Internacional de Estudos para Preservação e Restauração de Bens Culturais sob a direta supervisão da UNESCO.  Por conta de seu currículo diferenciado, dirigiu o Serviço e Treinamento e Proteção da Divisão de Patrimônio Histórico e Artístico do antigo Estado da Guanabara entre 1965 e 1977, onde propôs inúmeros tombamentos na cidade do Rio de Janeiro, vindo a ser, entre 1980 e 1984, membro efetivo do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro.

Representou o Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento da Guanabara - na Reunião de Governadores convocada a estudar a situação do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional realizada na capital federal em 1970, quando foi firmado o "Compromisso de Brasília". Já no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro fundou, em 1982, o Departamento de Arquitetura e Urbanismo, dirigindo-o até 1987. Posteriormente, executou diversos projetos na área de conservação de bens cariocas, arrolando em seu currículo diversos e importantes trabalhos de intervenção em patrimônios da cidade, entre os quais podemos destacar a restauração do Chafariz da Praça XV de Novembro; do Solar Del Rei, em Paquetá; da Fazenda do Capão do Bispo; da cobertura do Museu Nacional de Belas Artes; do Palácio Nilo Peçanha (para a instalação do Museu Histórico do Estado do Rio de Janeiro); do ateliê do pintor Antônio Parreiras, em Niterói, e a reforma parcial do Museu Histórico da Cidade.

Entre vários de seus trabalhos literários, destaca-se "Do Patrimônio Cultural", lançado com êxito em 1992, no qual ele retrata, com rara mestria, a situação geral do grande patrimônio arquitetural e urbanístico encontrado no Rio de Janeiro.

Consternados, os membros do Instituto Histórico e Geográfico de Vassouras deixam aqui registrado nosso preito de gratidão, reconhecimento e saudade ao notável professor, arquiteto, e, principalmente, ao desprendido e atencioso amigo que ao longo de suas quatro profícuas gestões como presidente do IHGV brindou a todos seus confrades e confreiras com sua presença marcante e exemplar.