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Santos é um sobrenome da onomástica europeia, tendo origem, como a adjetivação sugere, nos movimentos cristãos especialmente disseminados nos países de língua portuguesa e espanhola, não apenas em terras mediterrâneas, mas também graças aos seus reflexos de sociabilidade no mundo e nos países da América Latina. A princípio, era um sobrenome adotado por nobres ibéricos que nasciam em primeiro de novembro, o Dia de Todos os Santos. Durante a época da Inquisição em Portugal e na Espanha (e nos domínios e colônias dominados por essas nações) muitos cristãos-novos (judeus convertidos ao catolicismo para evitar a morte determinada pelo Santo Ofício) adotaram este apelido, repassando-o aos seus descendentes e com isso fugindo da forca ou da fogueira.

No Brasil, Santos é um sobrenome bastante comum, dividindo com Silva e Oliveira  o topo das tabelas de linhagens mais comuns. Alguns pesquisadores argumentam que o sobrenome era atribuído a portugueses que se estabeleciam na Província da Bahia (originalmente Real Província da Bahia de Todos os Santos), como é o caso do pai do político baiano das Cortes de Portugal José Lino dos Santos. Segundo muitos historiadores, o sobrenome tinha a função social de indicar a residência do cidadão, já que o vocábulo Santos mostrava que seu portador era proveniente da Província da Bahia. Outros pesquisadores vão além, defendendo que este sobrenome se popularizou principalmente após a abolição da escravatura no Brasil, no ano de 1888, quando diversos escravos libertos de origem africana receberam este apelido aglutinado a seu nome original, pois incontáveis negros residiam na Bahia de Todos os Santos.

Com as migrações de portugueses, brasileiros, angolanos e outros povos de língua lusa para os mais diferentes países ao longo dos séculos XIX e XX, o sobrenome se espalhou de forma tão ampla que hoje em dia é um dos mais populares no mundo, inclusive em França em função dos numerosos imigrantes que chegavam de nações africanas que falavam português.

Existem também outras variantes gramaticais ibéricas que são Santeiro, De Santo, De Santos, Del Santo, Santi, Santis, Santiz, Senti, Sentis, entre outros de grande popularidade em países como Argentina, Filipinas e México, enquanto na França encontramos a variação Toussaint e na Itália Sante e Santoro. Os sobrenomes no Brasil são bem variados, mas Santos é um dos mais encontrados em nossa população. Contudo, devemos lembrar que o sobrenome Santos, assim como tantos outros, não surgiu diretamente no Brasil uma vez que o país foi colonizado e habitado primeiramente por estrangeiros. Dessa forma, os sobrenomes vêm de outros países e acabam ganhando popularidade, uma vez que milhares de imigrantes fizeram do Brasil sua nova morada.

A família Santos pioneira, na realidade, originou-se na Itália e França. Quando membros destas estirpes aportaram no Brasil em busca de uma nova morada, acabaram deixando novas gerações especialmente na Bahia, como visto acima, todos com nacionalidade brasileira, porém muitos conservando o sobrenome estrangeiro. Outra possível origem deste sobrenome, defendida por alguns genealogistas, se deu por conta da região de Sierra de Los Santos, na Andaluzia, até porque eles têm como certo que em muitas regiões portuguesas e espanholas Santos era aposto em pessoas que nasciam de famílias nobres e preferencialmente católicas.

Sabemos que há um incontável número de pessoas que possuem o sobrenome "dos Santos". Tal variação, ou seja, o uso da preposição após o primeiro nome, apresenta uma razão histórica e diferenciadora para existir.  Com efeito, Santos era passado também às mulheres. Quando essas se casavam com homens que já ostentavam o mesmo sobrenome, precisavam assinar então "fulana Santos Santos". Assim, passou a ser regra o uso da partícula "dos" para facilitar o uso e o conhecimento de família cuja origem remetesse ao mesmo patronímico.

No Brasil, a cidade mais famosa que apresenta este nome é Santos, em São Paulo. Três teorias explicam esta denominação. A primeira garante que após a chegada de Martim Afonso de Souza e a distribuição de terras pela Ilha de São Vicente, a região era conhecida pelo seu nome ancestral: Enguaguaçu (que significaria Pilão Grande, na língua Guaianá). Dois anos depois de ter mudado o porto de lugar para as proximidades do povoado, Braz Cubas, preocupado com o trânsito de gente, principalmente de doentes, resolveu erguer um hospital, no modelo das Casas de Misericórdia de Portugal. Assim, nascia a Santa Casa, que ganhou o nome de "Todos os Santos", por ter sido fundada, provavelmente, no dia 1º de novembro. O hospital ficou tão conhecido, que ninguém mais chamava o povoado pelo seu nome indígena, mas por Povoado do Porto da Santa Casa de Misericórdia de Todos os Santos. Como o nome era grande demais, foi sendo abreviado até se tornar simplesmente Santos, vila fundada oficialmente em 1546.

A segunda teoria diz que Braz Cubas, quando mudou a localização do porto da Capitania de São Vicente para as proximidades do povoado de Enguaguaçu, em 1541, resolveu também mudar seu nome para Porto de Santos, como homenagem ao famoso e homônimo porto de Lisboa, de onde partiam as principais expedições marítimas lusitanas.

Por seu turno, a terceira teoria diz que o nome deriva de uma homenagem feita pelo navegador português João Dias de Solis que, em 28 de dezembro de 1515, teria batizado a atual Baia de Santos com o nome de "Rio dos Santos Inocentes" Esse apontamento teria, em tese, se tornado oficial em Portugal, tanto que Braz Cubas sabia disso e teria dado o nome da vila baseado nesta informação.

De qualquer maneira, seja qual for a teoria verdadeira, o fato é que Santos, hoje, é uma das cidades mais importantes do país e o maior porto de exportação da América Latina.

Brasão de Armas da Família Santos

Escudo partido: primeiro campo de prata, com um leão rompante de vermelho, armado e lampassado de ouro. Segundo campo de vermelho com quatro faixas de ouro. TIMBRE: Um leão de vermelho armado e lampassado de ouro.

Por conta de suas múltiplas origens, o Brasão da família Santos pode ser encontrado em desenhos diferentes, até porque vários países europeus preferiram criar seus próprios escudos para diferenciar suas linhagens. Importante ainda lembrar que o Brasão de Armas da cidade de Santos é totalmente diferente do escudo heráldico da família Santos.