Palmares (Paty) seca e desequilibra o sistema de abastecimento de água de Miguel Pereira e Paty do Alferes

Matéria publicada em 30.01.2015.

 14/02/2016     Cedae   
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Miguel Pereira e Paty do Alferes vem sofrendo com a falta de água generalizada nos dois municípios. Paty necessita de pelo menos 70 litros de água por segundo, o ideal é que fosse 92 L/s para atender a todos os moradores com folga e os pedidos de novas ligações.

O principal corpo hídrico que abastece Paty do Alferes é o de Palmares que não só abastecia Paty, como também chegou a abastecer Miguel Pereira até a década de 90 quando as obras de captação de água da Cedae no Rio Santana foram concluídas.

Com a captação de água do rio Santana, nosso mais importante corpo hídrico e o maior afluente do rio Guandú (que abastece a região metropolitana do Rio), Miguel Pereira passou a captar 100 litros por segundo, dos quais repassa para Paty do Alferes cerca de 10 L/s. Com a crise de falta de água em Miguel Pereira, existe a dúvida se realmente são só 10L/s ou se Miguel Pereira repassa mais do que isso.

 

Hoje Paty sobrevive com 25L/s, (10L/s de Miguel Pereira e 15L/s de Palmares) muito aquém dos 92 L/s que já capitou em Palmares. Hoje no rio Palmares só é possível captar cerca de 15 litros por segundo, ou seja, uma redução de 87%, levando ao colapso todo o sistema de abastecimento de Miguel Pereira e Paty do Alferes.

O que ainda sustenta os 100 litros por segundo da captação da Cedae no rio Santana é Reserva Biológica do Vale das Princesas (Municipal) e, principalmente, a enorme Reserva Biológica do Tinguá (Federal), onde o rio Santana nasce. É um enorme ativo ambiental que Miguel Pereira possui e o “coração” da produção de água que abastece Miguel Pereira e parte de Paty do Alferes.

Palmares precisa de um grande programa de restauração florestal e a implantação do PSA – Programa de Pagamento por Serviços Ambientais que é a remuneração do proprietário pela manutenção da mata “em pé”.

Com a crise da falta de água chegando no Rio de Janeiro, há uma expectativa de veranistas migrarem para Miguel Pereira em busca de mais conforto, o que agravaria ainda mais a falta de água na cidade. Até mesmo porque, hoje em São Paulo a crise já se instalou com um rodízio de 2 dias abastecendo e 5 dias sem água.

Um demonstração do tamanho do problema foi o período do natal e reveillon, onde a cidade ficou lotada e a falta de água foi generalizada.

 

E o carnaval vem aí!...