Carmem de Lucca Andreiolo - Personalidade de Conrado

De imediato reconhecida como dedicada educadora infantil, foi convidada a dirigir escolas municipais em Vassouras e Nova Iguaçu,

 25/03/2016     Historiador Sebastião Deister      Edição 78
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Filha de Ângelo de Luca e de D. Josephina Barile de Luca, Carmem nasceu em Angustura, Município de Porto Novo do Cunha (MG), no dia 27 de agosto de 1911. Diplomou-se pelo Curso Normal do Colégio da Imaculada Conceição, de Barbacena, em 18 de dezembro de 1927. Formada, veio morar com os pais em Conrado, onde passou a exercer as funções de professora primária. Ali casou-se com Nicolau Marinho Andreiolo, irmão de um dos mais respeitados políticos de Miguel Pereira, o senhor Francisco Marinho Andreiolo, o grande batalhador pela emancipação da cidade.

De imediato reconhecida como dedicada educadora infantil, foi convidada a dirigir escolas municipais em Vassouras e Nova Iguaçu, cidades para onde se deslocava às vezes com muita dificuldade em razão dos precários e escassos meios de transporte da época. Tais obstáculos, entretanto, não arrefeciam seu ânimo nem diminuíam seu amor pelo magistério, e prova disto é que ela trabalhou nesta área por mais de trinta anos.

Carmem de Luca foi também professora do Estado tanto em Conrado quanto em Portela e Paes Leme, ocupando ainda o cargo de diretora de colégios destas cidades e muito contribuindo para o incremento do ensino por toda nossa Serra.

Em 1961 assumiu o cargo de Regente do Curso da Campanha de Educação de Adultos do Município, trabalhando ao lado de outras memoráveis professoras locais, como Jandira Telles Leme Pragana, Maria José Souto Soares e Aristolina Queiroz de Almeida. Dotada de um enorme carinho pela profissão, participava de todas as atividades ligadas ao ensino da região, tendo feito parte da Comissão Especial responsável pelo Censo Escolar de Miguel Pereira em 1965.

Nos primeiros anos da década de setenta, Carmem ajudou a criar a Biblioteca do Grupo Escolar de Conrado, da qual foi dirigente até o dia de seu falecimento. Atualmente, tanto o Colégio Estadual quanto uma escola municipal em Conrado ostentam o nome de Carmem de Lucca Andreiolo, falecida com apenas 45 anos em 15 de março de 1973 em uma clínica de Nova Iguaçu. Seu corpo encontra-se sepultado em Conrado.

José Carlos Salerno

Em princípios do século XX, um grupo de imigrantes italianos deslocou-se para a área da antiga Estiva, entre eles as famílias Lucci, Jannuzi, Barile, Badolati, Chimento e Salerno. A maioria optou por viver na futura Miguel Pereira ou em terras de Vera Cruz, mas a última, comandada pelo patriarca Nicolau Salerno, fixou-se na localidade de Sertão, onde Nicolau trouxe à luz o filho Carlos, eternizado no lugar pelo apelido de Santinho. Este casou-se duas vezes. Do primeiro matrimônio com D. Zilda de Mattos, ele gerou José Carlos de Mattos Salerno. Enviuvando, esposou então D. Margarida Duccini, com quem teve os filhos Maria José, Maria Léa, Lídice, Franklin, Margarida e Nicolau.

Desde jovem, José Carlos Salerno - nascido no dia 14 de fevereiro - demonstrava fortes aptidões políticas, principalmente pela maneira despojada e solidária com que lidava com amigos e colegas da ferrovia, empresa em que trabalhava como fiscal. Simpático, inteligente e principalmente um excelente orador, teve o mérito de ser o primeiro vereador a representar sua cidade na Câmara Municipal de Vassouras, onde já apresentava as primeiras ideias relativas à possibilidade de seu distrito incorporar-se territorialmente a Miguel Pereira.

José Carlos casou-se com D. Nêda Duccini (sua prima-irmã) e com ela teve a seguinte prole: Carlos Cícero, João Batista, Alexandre, Rodrigo e André Luís. Com exceção de João Batista e Rodrigo (que passaram a viver em Nova Iguaçu), seus demais filhos preferiram fixar raízes em Conrado, ali formando suas famílias. Seu falecimento aos 58 anos de idade ocorreu em Conrado, no dia 25 de abril de 1995.