Fazenda Ponte Alta

Turismo histórico, cultural e pedagógico

 24/06/2016     Cultura   
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A Fazenda Ponte Alta teve como fundador José Luiz Gomes (1791-1855), proprietário em Angra dos Reis, que foi agraciado com o titulo de Barão de Mambucaba, em 02 de dezembro de 1854, e era oficial da Imperial Ordem da Rosa. Por volta de 1808, o Barão ocupou sesmarias em Barra do Piraí, cujas terras integravam a grandiosa Fazenda de Santa Cruz, que pertencia aos padres Jesuítas, confiscada pela Coroa Portuguesa após a expulsão da congregação do Brasil.

José Luiz Gomes fundou a Fazenda Ponte Alta, por volta de 1830. A fazenda constituía-se de casa-sede; capela; tendo ao centro, o terreiro de secagem de café. Acompanhando esse arranjo, a senzala, que se dividia em duas alas e tinha, em um dos seus cantos, a enfermaria dos escravos. Nas extremidades do “quadrilátero”, o engenho de processamento de café e a casa do feitor.

No conjunto edificado encontramos as construções originais, que exibem a estrutura funcional para a produção do café no século XIX, na qual todo o processo era movido pela roda d’água, sob a supervisão do Barão e seu feitor. A casa-sede não é a original, tendo sido reconstruída em 1936, funcionando hoje como casa de hóspedes do hotel-fazenda, localizando-se num platô um pouco acima das outras edificações, com vista privilegiada de todo o sistema de produção.

A Fazenda Ponte Alta constitui um belo exemplar de arquitetura rural do século XIX, uma das poucas fazendas que ainda possui as características autênticas do chamado quadrilátero funcional. A fazenda tornou-se propriedade de José Gonçalves de Oliveira Roxo, futuro Barão de Guanabara, já no apogeu do café.

Em 1875, seu pai, o Barão de Vargem Alegre, comprou a fazenda da nora, com 306 escravos. Em 1879, passou por herança ao seu filho, o Comendador Raymundo Breves de Oliveira Roxo. Foi ele quem enfrentou a crise do café até entregar a fazenda, em 1890, para pagamento de dívida com a carteira hipotecária do Banco do Brasil.

Em 1903, a fazenda é adquirida em leilão pelo Conde João Leopoldo Modesto Leal, juntamente com outras 19 fazendas. Em 1936, a Ponte Alta foi propriedade da neta do conde, Dona Isabel Modesto Leal (Dona Isa), que construiu, no lugar da antiga sede, a casa de pedra que hoje encontramos, foi amiga de Getúlio Vargas, então Presidente do Brasil, e aqui ele comemorou os seus últimos cinco aniversários, além de ter feito muitas outras visitas ao local.

Em 1960, a fazenda foi adquirida por Nellie Pascoli, do Grupo CAEMI, apreciadora da arte brasileira do Brasil Colônia e Império, ela recuperou o antigo moinho de pilões de café da fazenda. Em 1982, seus sobrinhos, Evelyn e Ricardo Pascoli, recebem a Fazenda como herança. Evelyn Pascoli foi a grande pioneira do Turismo Cultural no Vale do Paraíba, tendo criado o Sarau Histórico, no qual a história da fazenda é narrada teatralmente, permitindo ao turista um mergulho no passado.

Foi Diretora-Executiva do Instituto PRESERVALE e secretária de Turismo de Barra do Piraí. Hoje, a Fazenda Ponte Alta tem como atividades a pecuária, a criação de cavalos da raça Mangalarga Marchador e o Turismo Cultural e Pedagógico. Os visitantes são recebidos pelo Barão de Mambucaba, muito bem conservado, no auge dos seus 225 anos, conhecem as curiosidades da Fazenda, e depois assistem ao Sarau Histórico (época dos Barões) ou ao Sarau do Gegê (época de Getúlio Vargas), com direito a um delicioso almoço de fazenda.

A Fazenda também recebe escolas em programas variados, onde o aluno estuda no campo, a História do século XIX, a economia cafeeira, a escravidão e aprende no lugar onde ela aconteceu. Ainda oferece eventos como a Festa Junina, e o Halloween Brasileiro que tem como personagens a Cuca, o saci Pererê, o curupira, entre outros. Vale a visita! 

www.fazendapontealta.com.br