Kaio não só foi o vereador mais votado, como teve o dobro de votos que o segundo colocado

Kaio é neto do ex-prefeito Jauldo e irmão do prefeito eleito Jauldo Neto. Além disso, é empresário do ramo de transportes portuários, casado e pai de dois filhos

 10/12/2016     Eleições 2016   
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Kaio Balthazar foi eleito a primeira vez com 27 anos, e com 29 assumiu a presidência da Câmara pela primeira vez. Foi reeleito aos 31 anos e é o único vereador com reeleição na Câmara. É neto do ex-prefeito Jauldo (1976/1982) e irmão do prefeito eleito Jauldo Neto. Além disso, é empresário do ramo de transportes portuários, é casado, pai de dois filhos, e chega ao segundo mandato de vereador com uma votação absurda. Kaio não só foi o vereador mais votado, como também conquistou o dobro de votos do segundo colocado, atingindo uma marca sem precedentes na história legislativa do estado. Kaio obteve 653 votos, o que corresponde a 7,29% dos votos válidos. O segundo vereador mais votado teve 297 votos (3,32%). Não são poucos votos, e para se ter uma ideia, se Kaio alcançasse esse percentual (7,29%) no município do Rio de Janeiro, sua votação teria sido superior a 213.000 votos. E para comparar, o vereador mais votado no Rio foi Carlos Bolsonaro, com 106.000 votos. Kaio simplesmente teria tido o dobro dessa votação.

1. Vereador, qual a receita de tanto sucesso em uma época onde ser político é quase um insulto?

Atribuo isso à maneira com que eu trato as pessoas. Aqui, as pessoas gostam de mim, e eu as trato com carinho, com respeito e sempre falando a verdade, como, isso aqui dá, é possível, é alcançável... O que não dá, eu digo que não é possível e faço questão de explicar o porquê do não, e levo a pessoa a entender e que se ela estivesse no meu lugar, mesmo assim também não seria possível. Isso sempre foi muito importante para mim, e tenho esse comportamento como um princípio. Cumpro as coisas que trato. E muito trabalho.

2. Com essa votação é inevitável não se pensar em uma candidatura a deputado. Como o senhor vê esse chamamento?

Eu tenho muito desejo de assumir um compromisso desse tamanho. Entendo que o momento político que o país está passando é o de uma enorme renovação, como a que houve aqui em Paulo de Frontin, quando só um vereador foi reeleito (Kaio) e com isso, o surgimento de novas lideranças comprometidas com o que a população anseia.

3. Com apenas 27 anos, o senhor já chegou à presidência da Câmara de Vereadores com uma articulação de causar inveja a muito político veterano. No mandato do seu irmão como prefeito, o senhor pretende voltar à presidência da Casa?

Pois é, mas tudo baseado no acordo e no cumprimento da palavra dada, sempre.  Essa é a chave do sucesso 

4. Com o seu irmão na Prefeitura e o senhor na Câmara, pode-se esperar uma Câmara calma e tranquila?

Dentro do possível sim. Não é nosso perfil o estardalhaço, mas queremos e vamos apurar tudo o que nos chegar.

5. Por exemplo? 

Chegou até nós uma denúncia com muitos detalhes e fortes indícios de formação de quadrilha, associação para o crime, fracionamento, etc. Acho que no próximo mandato vou propor uma CPI.

6. Entre os Projetos de Lei que apresentou, por qual deles o senhor tem mais simpatia?

Gosto muito do Projeto Prata da Casa, que também há em Miguel Pereira, onde se dá preferência aos artistas da região.

7. Há algum outro?

Gostei muito da luta que travamos com os agentes comunitários de saúde. Eles não recebiam as gratificações que eram enviadas de Brasília através do Programa de Melhoria de Acesso à Atenção Básica. Essas gratificações não chegavam aos agentes porque não havia uma lei que autorizasse. Convocamos várias vezes o Secretário de Saúde e em uma das vezes, ele disse que não podia pagar porque não havia essa tal lei de autorização, fato que nos levou então a fazermos uma.  Outra luta interessante foi pagar o piso de R$ 1.014,00 e não o salário mínimo. O secretário topou e eu amarrei prazos para que tudo isso fosse implantado. Essa audiência pública foi importante porque consegui sair daqui com prazo de 30 dias para que tudo fosse encaminhado à Câmara. Quando a lei foi enviada, fiz uma emenda e inclui o fator insalubridade para o agente de saúde e de endemias.

8. Quantos funcionários do quadro efetivo a Câmara tem?

Do quadro efetivo, são só dois e vieram antes da Constituição de 1988.  Quero realizar o primeiro concurso público da Câmara Municipal de Eng. Paulo de Frontin.

9. Para o próximo ano, o que mais o senhor tem em mente?

Quero muito voltar com o parlamento juvenil, assim como criar o gabinete itinerante para levar a Câmara aos bairros e ouvir as demandas, inclusive com advogado para dar assistência jurídica à população.

10. Filmagem e fotos são liberadas na Câmara?

Pois é; essa foi outra atitude que assumi, e que julgo ser da maior importância. O Regimento Interno da Câmara não permitia ninguém filmar, gravar a sessão ou mesmo tirar fotos. Os profissionais da imprensa tinham que se cadastrar para a obtenção de autorização. Alguns vereadores resistiram e questionaram sobre como essas filmagens “iriam” para as ruas.  O argumento é que cada um tem que dar conta do seu mandato. A transparência é fundamental, além de ser legal. Fiz um Projeto de Resolução que precisava de 2/3 de aprovação, e eu consegui. O Projeto foi aprovado e mudamos isso.

11. As Sessões da Câmara são filmadas?

Todas as sessões são filmadas, guardadas e arquivadas.

12. E a Lei Federal que obriga a Transparência?

Inseri todos os balancetes no site da Câmara, o que não acontecia, e agora tudo aqui é transparente.

13. E para encerrar, a pergunta que não quer calar... Por quê e para quê o senhor gosta tanto de política?

Gosto da política porque é através dela que nós resolvemos muitas coisas, inclusive e principalmente a melhoria da vida das pessoas. Foi assim que pressionamos muito a Velox. Ela só liberava uma porta de 80 megas para toda a cidade, e ao mesmo tempo vendia 500 pacotes de 10 megas. O número não fechava, não funcionava e o sinal caia...  Eles vendiam o que não conseguiam entregar, e isso é estelionato. Acabamos na Secretária de Defesa do Consumidor, com a Cidinha Campos, fato que rendeu uma multa de 7 milhões à OI, e a suspensão de todos os pagamentos dos assinantes da Velox, até que a situação da velocidade estivesse resolvida em Paulo de Frontin. E, ao final, uma moradora me agradeceu, dizendo que não havia votado em mim, que ela fazia faculdade à distância e pela primeira vez estava estudando de casa, e que  antes tinha que ir a uma Lan House para poder estudar. Esse fato me incentivou muito, e pude constatar a melhora da vida das pessoas.

14. E para concluir?

Eu nasci pedindo votos e entendi que é a partir desse movimento o caminho mais curto para poder ajudar as pessoas, melhorar os serviços municipais e a vida dos munícipes. Sou apaixonado por isso. Nasci nesse clima, meu avô foi prefeito (1976/  1982) e antes de dizer papai e mamãe,  eu já pedia votos.  kkk.