Mulher dirige ônibus, sim senhor!

Alguns passageiros estranharam a novidade, mas aprovaram a iniciativa da empresa.

 20/05/2017     Transporte coletivo   
Compartilhe:       

Fabiana Silva, 36 anos, divorciada, motorista de ônibus há 9 anos, quer inspirar outras mulheres a conquistar seus sonhos; é a 1ª motorista da Linave em Miguel Pereira e Paty do Alferes e aprendeu a dirigir no caminhão do pai. Inicialmente trabalhou em ônibus de empresa de turismo, depois foi contratada pela Prefeitura de Japeri para os ônibus do transporte escolar, e em seguida, fez parte da empresa de ônibus Fazeni, de Queimados onde fazia a linha Queimados x Japeri. Há uma semana, Fabiana começou na Linave fazendo a linha Arcozelo x Portela.

Alguns passageiros estranharam a novidade, mas aprovaram a iniciativa da empresa. A passageira, dona Tereza, de 67 anos, disse ter aprovado a coragem da Fabiana em função do preconceito, e deu parabéns à empresa.

Quando houve corte de funcionários na empresa de turismo, Fabiana Silva saiu na segunda listagem e chegou a ficar um tempo fora dos volantes, mas a sua paixão estava ali, e por incentivo da sua prima Vânia, que sugeriu entrar em uma empresa regular de transporte coletivo, ela entrou na Viação Fazeni, de Queimados.

As mulheres são um fenômeno crescente na direção de ônibus. Os registros de manutenção das máquinas na empresa demonstram que motoristas mulheres têm maiores cuidados operacionais com os veículos, colaborando para a manutenção dos caminhões e ônibus. Demonstram polidez no relacionamento com os clientes e no trânsito. São pacientes, praticam direção defensiva e pouco se envolvem em acidentes nos trajetos, o que levou à redução de batidas e dos custos de manutenção, incluindo funilaria, um custo alto para as empresas de transporte.

As mulheres enfrentam com galhardia o mito machista de que não teriam qualificações intrínsecas para dirigir ônibus, caminhões, carretas e empilhadeiras, entre outras máquinas pesadas.

Um caso curioso aconteceu com Fabiana nessa primeira semana de trabalho, uma passageira veio conferir a novidade contada pelo marido que pegou o ônibus dirigido por uma motorista e foi conferir. No final do trajeto ela foi categórica: “com todo respeito meus parabéns você dirige muito bem, mas você precisava ser tão bonita?”, disse a passageira.

Brincadeiras a parte, Fabiana deseja que sua história sirva de exemplo para que outras mulheres vençam a barreira do preconceito de si mesmas e busquem os seus sonhos, como ela mesma fez.