Africanos escravizados que chegaram à Vassouras foram os Bantus, de Angola
E Manoel Congo, também angolano, que é considerado o líder da resistência contra a escravidão no município. Consulado da Angola visita Vassouras para futura parceria cultural
03/06/2018
Escravidão
Edição 192
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Nos dias 21 e 22 de maio, Vassouras recebeu a
visita de representantes do Consulado angolano do Rio de Janeiro para conversar
sobre uma futura parceria cultural. A proposta é criar um Museu da Angola, que
será o primeiro museu dedicado a um país africano na América Latina.
Registros indicam que os primeiros africanos
escravizados que chegaram à Vassouras foram os Bantus, da Angola, e Manoel
Congo, também angolano, que é considerado o líder da resistência contra a escravidão
no município.
O Cônsul Geral da Angola no Rio de Janeiro, Rosário
Gustavo Ferreira de Ceita, a convite do prefeito Severino Dias, visitou
Vassouras para conhecer o projeto do Museu da Angola que será instalado na cidade.
Essa é uma iniciativa da Prefeitura de Vassouras junto com outros órgãos que
decidiram criar um museu para narrar a história do povo angolano que viveu
escravizado em Vassouras pelos Barões do Café no século XIX.
Em visita a cidade, o Cônsul Geral conheceu o
memorial em homenagem a Manoel Congo. No Centro da Cidadania foi hasteada a
bandeira do Brasil, de Vassouras e da Angola em homenagem ao povo angolano, que
tem seu sangue derramado na cidade.
Câmara
de Vereadores cria comenda Manoel Congo
Segundo
o presidente da Câmara, vereador Sandro, "nós
estamos também trabalhando a questão histórica da influência afro-brasileira no
município e deixar de ser a terra dos 'barões do café' e contar a verdadeira
história do negro escravizado que teve forte influência na história de
Vassouras. Na semana da Consciência Negra abordamos bastante esse tema e
acompanhamos o assunto na grade curricular das escolas em Vassouras e
trabalhamos, em parceria com o Ministério Público Federal nessa questão. Nós
criamos a Comenda Manoel Congo, que é dada apenas uma por ano, é uma comenda
bem restrita, poucas pessoas têm. Escolhemos um agraciado, uma pessoa que tenha
feito algo para a difusão da cultura negra afro-brasileira ou na região, e aí é
votado pelo Plenário da Câmara. Esse ano foi concedida para uma senhora negra, bastante
influente nestas questões inclusive da dança, do jango, irmã do Cacau, um dos
maiores percursionistas de nossa cidade. Ela ficou ao lado das comendas mais
importantes do município como a Comenda Severino Sombra, Comenda Severino Dias
e agora Comenda Manoel Congo e nas sessões solenes a Câmara homenageia as
pessoas que se destacaram em cada área. Antes o escravo era passado apenas de
maneira pejorativa, sempre como empregado e nunca passou a luta do escravo, a
força do escravo, o que ele fez para a formação do nosso município, do Vale do
Café, a gente quer abordar isso", disse o presidente da Câmara.
Legendas
para as imagens:
Imagem 1:
Severino Dias e o cônsul angolano Rosário de
Ceita.
Foto: Gabriel Domingues
Imagem 2:
Representantes da Prefeitura de Vassouras e
do Consulado da Angola.
Foto: Gabriel Domingues
Imagem 3:
Visita ao Memorial Manoel Congo.
Foto: Gabriel Domingues
Imagem 4:
Sandro Medeiros Motta, presidente da Câmara
de Vereadores de Vassouras