Reprodução do Alvará de criação da Vila de Paty do Alferes assinado pelo Regente D. João VI
Nomeação dos Primeiros Vereadores de Paty
13/10/2018
Historiador Sebastião Deister
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O
mês de setembro envolve uma configuração histórica muito grande com Paty do
Alferes. Datas importantes marcaram a trajetória da antiga Vila do Alferes,
entre elas dois acontecimentos relevantes que não podem ser esquecidos e que
precisam ser sempre trazidos à luz: a
criação da Vila de Patty do Alferes por D. João VI (em 4 de setembro de 1820) e
o enforcamento do negro Manoel Congo em 6 de setembro de 1839.
No bojo
de um notável conjunto de coincidências, consideramos interessante registrar ainda
as seguintes efemérides:
26 de setembro de 1769:
Inácio de Souza Werneck, da Fazenda
da Piedade de Vera Cruz, casa-se no Rio de Janeiro com Francisca das Chagas
Monteiro;
6 de setembro de 1780:
Nasce em Minas Gerais Francisco
José Teixeira, o futuro Barão de Itambé, pai do barão de Vassouras e avô de
Eufrásia Teixeira Leite;
4 de setembro de 1804:
Francisca (ou Maria) Elisa Xavier
casa-se com o Capitão Manoel Francisco Xavier, futuro proprietário e algoz de
Manoel Congo;
14 de setembro de 1817:
O então padre Inácio de Souza
Werneck realiza seu primeiro batizado na Fazenda da Piedade de Vera Cruz;
05 de setembro de 1820:
É instalada a 1ª Câmara de Paty
do Alferes, com a posse de seus primeiros vereadores;
06 de setembro de 1839:
Manoel Congo é enforcado em
Vassouras;
29 de setembro de 1857:
A Vila de Vassouras é elevada à
categoria de cidade;
06 de setembro de 1864:
Morre em Vassouras Francisca
Bernardina do Sacramento Leite Ribeiro, a baronesa de Itambé, avó paterna de
Eufrásia Teixeira Leite;
25 de setembro de 1903:
O coronel Joaquim Ribeiro de
Avellar vende a Fazenda Piedade a Francisco Santoro;
07 de setembro de 1913:
É inaugurado o primeiro sistema
público de luz elétrica em Vassouras;
06 de setembro de 1987:
Realiza-se em Paty do Alferes o
plebiscito que determinou sua emancipação político-administrativa de Vassouras;
02 de setembro de 1971:
É oficializado pelo presidente Emílio
Garrastazu Médici o Hino Nacional como um dos símbolos pátrios, cuja letra é de
autoria de Joaquim Osório Duque Estrada, nascido em Paty do Alferes em 28 de
abril de 1870.
Reprodução do Alvará de criação
da Vila de Paty do Alferes assinado pelo Regente D. João VI
(Com manutenção da grafia da
época)
04.09.1820
?Eu, El-Rey, faço saber aos que este Alvará com
Força de Lei virem, que aos quatro dias do mês de setembro do ano do nascimento
de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil e oitocentos e vinte, hei por bem criar no
sobredito lugar PATY, uma Vila com a denominação de VILA DE PATY DO ALFERES,
que terá por termo todo o território entre as Vilas de São João do Príncipe e
de São Pedro de Cantagalo, limitando-se ao Norte pela Serra da Mantiqueira e
pelo Rio Paraibuna, e ao Sul pelo seguimento da Serra do Mar e cordilheira do
Tangoá, ficando porém excluída do mesmo termo a Freguesia de Nossa Senhora da
Glória de Valença, que já foi servido mandar erigir em Vila.?
As. D. JOÃO VI ? REI DE PORTUGAL e do Brasil
Nomeação dos Primeiros
Vereadores de Paty
(14.03.1821)
?Anno do Nascimento de Nosso Senhor
Jesus Cristo de mil e oitocentos e vinte e hum annos aos quatorze dias do mez
de março do dito anno, nesta Villa de Paty do Alferes e Casa da Câmara della
aonde achavão os Juízes Ordinários e Capitão Mór Francisco Xavier, o Capitão
Francisco das Chagas Werneck, os Variadores Antônio Gomes da Cruz, Manuel João
Goulart e Capitão José Lopes de França, o Procurador, o Alferes José de Souza
Vieira, e comparecendo os empregados públicos mais pessoas da Nobreza e o povo
abaixo assignados e sendo lido Officio do Desembargador Ouvidor Geral e
Corregedor desta Comarca Registrada no Livro a folha tres, prestarão todos os
juramentos pondo as mãos nos Santos Evangelhos na forma seguinte ? Juramos
veneração e respeito à nossa Religião, obediência a El-Rey e a observar,
guardar e manter perfeitamente Constituição tal qual se fizerão em Portugal e
pelas Cortes ? E para constar fiz este Auto que todos assignarão.
Eu, Antônio Borges de Carvalho, Escrivão que na falta de Escrivão da
Câmara o escrevi e assigno.
Antônio Borges de
Carvalho
O Juiz Ordinário Manoel
Francisco Xavier
O Juiz Ordinário
Francisco das Chagas Werneck
Variador Manoel João
Goulart
Variador Antônio Gomes
da Cruz
Variador José Lopes
Pontes
Procurador José Vieira
Notas
do autor:
1)
Em princípios do século XIX, o termo era ?variador? e não ?vereador?.
2)
A citação de Vassouras em algumas datas prende-se ao fato de que, à época, Paty
fazia parte daquele município.