Ana Maria não andava...
O Dr. Muniz, um médico sábio e conceituado na cidade, quando via que a medicina não conseguia curar, indicava o amigo Zé do Gué, um homem que veio ao mundo para fazer o bem
19/01/2018
Zé do Gué
Edição 173
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Zé do Gué é uma das pessoas mais queridas da região de Miguel Pereira.
Todas as pessoas ouvidas pelo Jornal Regional falam com emoção e gratidão, e há
sempre alguém para relatar uma experiência vivida com Zé do Gué, que era
considerado um paizão. Ele nasceu, viveu e morreu no Plante Café. Era casado
com dona Maria e um profundo conhecedor das matas, plantas e seus mistérios medicinais.
Seu Zé foi um permanente e antigo colaborador do Instituto Butantã de
São Paulo. Quando o Instituto precisava de cobras, recorria ao Zé do Gué, em
Miguel Pereira, que tinha uma reza específica para achar cobras. Assim como tem
a reza para curar, tem a reza para amansar, etc. Zé do Gué tinha o dom do
entendimento entre as duas tarefas.
Seu Zé atendia tanto no centro espírita da Vila Selma, como em sua casa,
no Plante Café. Vinha gente de todo lugar para se consultar. Ele atendia a
todos, tinha a força da reza e o dom da cura. Sem cobrar nada, ele ia curando
quem o procurava. Algumas vezes o caso trazido não era da sua "competência",
então ele dizia: "isso é caso de médico".
Mas também havia o contrário. O Dr. Muniz, um médico sábio e conceituado na
cidade, quando via que a medicina não conseguia curar, indicava o amigo Zé do
Gué.
Ana
Maria não andava
A história de hoje
ocorreu com a jovem Ana Maria, com 18 anos. Ela se lembra de tudo, como se
fosse hoje. A história veio através de seu irmão mais novo, Anísio, que é um
excelente profissional, sério e competente, um pintor de mão cheia e quando o assunto é Zé do Gué, até hoje ele se emociona e os olhos enchem d'água. Ele e sua
mãe, dona Olina, eram frequentadores do centro na Vila Selma. Ana Maria,
na década de 70 sofreu uma intoxicação e ficou paralisada, não andava de jeito
nenhum.
De charrete eles
procuraram Dr. Orloff no Hospital Fundação. Foram atendidos por ele, que depois
de examiná-la toda, disse à dona Olina que Ana Maria não tinha nada. Dona Olina
queria bater no Dr. Orloff, lá mesmo dentro do hospital. "Como minha filha não tem nada se ela continuava
sem andar?" reclamou a mãe.
Pegaram a charrete e foram
atrás do Dr. Muniz, outro médico de renome na região, um "Deus" para as
pessoas mais simples. Dr. Muniz era querido por todos. Foram atrás dele no consultório, mas ele
já tinha saído e foram achá-lo nas escadarias da antiga Igreja Matriz, no
centro de Miguel Pereira. Dr. Muniz olhou e disse que isso não era caso de
médico, que eles tinham que procurar um "rezador".
Foi quando se lembraram
do amigo Zé do Gué. Decidiram ir à casa dele para pedir ajuda. Era a última
esperança de ver Ana Maria andar novamente, pois tudo já havia sido feito.
Assim que chegaram à casa de seu Zé, foram atendidos, e como era do seu feitio,
levantaram imediatamente e seguiram para casa de Dona Olina, Zé do Gué sentia
que o caso era grave.
Chegando lá, ele fez
suas orações, pediu para que intercedesse por Ana Maria, e sua entidade se manifestou e incorporou no
corpo de Zé do Gué, logo em seguida, no mesmo dia, Ana voltou a andar.
Anísio, seu irmão, se
emociona quando fala do seu Zé do Gué. "Aquele
era um paizão, nunca mais vai haver outro igual, aliás, igual a ele só Deus". Apontando para o céu, Anísio termina emocionado. Ana Maria é viva, hoje está
com 54 anos e é moradora de Miguel Pereira. Seu Zé do Gué morreu em 1980 com 78
anos, e hoje estaria fazendo 116 anos.
Essas são algumas das muitas das histórias protagonizadas pelo famoso Zé
do Gué, homem de hábitos simples, que viveu para fazer o bem.