Salvar as pessoas é salvar a economia
Parece que o único presidente no mundo a fazer o falso debate entre salvar pessoas ou salvar a economia é o do Brasil.
03/04/2020
Fala Bizerra!
Edição 288
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Parece que o único presidente no mundo
a fazer o falso debate entre salvar pessoas ou salvar a economia é o do Brasil.
Todos os principais líderes mundiais afirmaram que o primeiro objetivo dos seus
governos é salvar vidas humanas.
Enquanto os países seguiram firmemente
as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), Jair Bolsonaro chegou a
minimizar o problema, divergir fortemente do seu ministro da Saúde e até
distorcer fatos e falas de autoridades da área da saúde.
Chegou a dizer também que faria um
decreto para restringir as medidas aos idosos e às pessoas com doenças
crônicas. Isso porque entendia (será?) que a economia era mais
importante. Com as pressões, mudou o tom do discurso, e o ministro da Economia -
que não havia apresentado nada e foi questionado pelos deputados - liberou
recursos para enfrentar o problema.
O falso debate colocado pelo
presidente brasileiro é derrubado por um estudo do IBGE que mostra como as
pessoas são mais importantes em qualquer economia. Na brasileira, por exemplo,
o consumo das famílias é o seu grande motor, representando 65% da composição do
PIB (toda riqueza produzida no país). Revela ainda que, nos últimos três anos,
nossa economia está ancorada à demanda interna, principalmente.
Mesmo quando se fala em exportações e
indústria, no ciclo final da economia, é o consumo da grande maioria dos
produtos pelas pessoas no mundo que tem peso maior. Assim, salvar vidas é
salvar a economia.
Comércio
Na linha da OMS e das autoridades de
saúde do Brasil, também fazemos nossa parte. Após nossa solicitação, o comércio
de Paty do Alferes e de Miguel Pereira já colocou o acrílico para proteger quem
trabalha nos caixas de supermercados, além de outras medidas protetivas.
A Covid-19, transmitida pelo
coronavírus, não é uma "gripezinha" ou um simples resfriado. Assim,
vamos seguir nesse caminho para preservar a vida das pessoas.
Mais ações
Vamos reforçar o plano proposto pelos
partidos de oposição: rapidez do governo federal para implementar logo a Renda
Básica; suspensão da cobrança das tarifas de serviços básicos para os mais
pobres durante a crise; proibição de demissões, com auxílio do Estado no
pagamento do salário aos setores mais afetados e financiamento subsidiado aos
médios, pequenos e micro empresários; regulamentação imediata de tributos sobre
grandes fortunas, entre outras.
A economia pode se recuperar, como
sempre fez em outros momentos de crise, no Brasil e no mundo. Mas, pessoas
mortas não ressuscitam.
Marcelo Bizerra é dirigente do Sindicato dos Comerciários
do Rio de Janeiro, Paty do Alferes e Miguel Pereira e presidente da ONG Reviva