"A mudança não pode parar", confirmam os comerciários na eleição do Sindicato dos Comerciários
A eleição ocorreu nos dias 7 e 8 de abril através de urnas fixas e itinerantes; a novidade ficou por conta da votação pela internet, por causa da pandemia no país
10/04/2020
Luta sindical
Edição 289
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Os comerciários do Rio, Miguel
Pereira e Paty do Alferes reelegeram o presidente do Sindicato, Márcio Ayer, e
a chapa 1 - Comerciários na Luta com 1.644 votos (98% dos votos). "Será um
novo desafio para um momento de muita dificuldade para o país. Mas, juntos,
vamos vencer essa batalha", declara o presidente reeleito. A nova diretoria
conta com 71 comerciários e comerciárias, como determina o Estatuto do
Sindicato, para uma gestão de 2020 a 2024.
Ao todo, foram 1.675 votos,
sendo 24 brancos e 7 nulos. Foram 269 votos pela internet, representando 15,3%.
A votação cresceu em comparação com a eleição anterior, quando votaram 1064
comerciários. Mesmo com shoppings, centros comerciais e lojas de ruas fechadas,
muitos comerciários fizerem questão de dar seu voto na chapa 1, mesmo sendo a
única chapa inscrita para o processo eleitoral.
Nos dois dias de votação, os
comerciários entenderam o recado do Sindicato e votaram com tranquilidade e sem
aglomerações, respeitando as orientações das autoridades de Saúde. Nas urnas
físicas, que estiveram nos supermercados, na sede e nas subsedes, além das
urnas itinerantes, os mesários obedeceram a determinação de usar máscaras e
luvas, além de aplicar álcool em gel 70%, garantindo a segurança de todos os
votantes. Outros preferiram experimentar a novidade da votação pela internet e
também garantiram seu voto na chapa 1. A nova diretoria executiva do Sindicato
também contará com Marcelo Bizerra, que ocupará a pasta de Cultura, Esporte e
Lazer.
"Foi com muita alegria que
recebemos esse resultado. Foi uma votação diferente pelo momento do país, mas
foi necessária, pois garante que cumpramos todo o processo legal para eleger a
nova direção, visto que temos pela frente o desafio de enfrentar essa pandemia,
garantir os empregos e os direitos dos trabalhadores e, após esse período
especial, iniciar nossa campanha salarial. Tenho certeza que essa nova
diretoria saberá caminhar junto com os comerciários nas lutas dos trabalhadores
e no fortalecimento do Sindicato", afirmou Márcio Ayer.
Nova diretoria vai lutar contra a MP de
Bolsonaro que corta salário dos trabalhadores
O Sindicato dos Comerciários
é contra a Medida Provisória do governo Bolsonaro que permite reduzir salários
e retira a responsabilidade das empresas pela saúde dos seus trabalhadores,
colocando todos eles numa situação muito perigosa de contágio. Nessa MP, o
governo autoriza os patrões a reduzirem a jornada de trabalho e cortar até 100%
dos salários. Por essa MP, os trabalhadores receberão em contrapartida o
seguro-desemprego, que provocará perdas de até 42% nos salários para todos que
recebem mais de um salário mínimo. Essas medidas só prejudicam os trabalhadores
e deixam o país mais frágil para enfrentar essa crise. É preciso criar
medidas efetivas para proteger os trabalhadores e os empregos.
O Sindicato propõe as
seguintes medidas para as empresas do comércio:
- Continuidade do fechamento
do comércio não essencial. Os locais com permissão para abrir devem manter
todas as medidas de prevenção aos trabalhadores.
- Pagamento integral de
salários e benefícios.
- Fornecimento de máscaras, luvas e álcool em
gel 70% para todos os comerciários.
Para supermercados,
hortifrutis, distribuidoras atacadistas de alimentos e farmácias, que são
serviços essenciais, o Sindicato mantém as seguintes reivindicações:
- Instaurar o imediato
controle de entrada e saída para que se possa ter a necessária distância
de um metro entre clientes e trabalhadores.
- Manter um efetivo máximo de
30% dos trabalhadores e dispensa imediata dos trabalhadores em situação de
risco.
- Redução da jornada de
trabalho diária sem redução dos salários.
- Não descontar os salários
daqueles trabalhadores que, por falta de transporte público, não conseguirem
chegar no trabalho.
- Fornecer luvas, máscaras,
sabão, toalhas descartáveis e álcool em gel.
- Manter a distância mínima de um metro entre
as pessoas, avisando permanentemente nos alto-falantes das lojas.