Cenário nacional ainda é de alto desemprego
Mesmo com a reabertura da maioria dos estabelecimentos e atividades comerciais, número de pessoas sem emprego continua alto
16/10/2020
Luta sindical
Edição 314
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A taxa de desemprego continua
alta e atingiu a marca de 13,8% no trimestre de maio a julho de 2020, a mais
alta da série histórica iniciada em 2012, segundo o IBGE. Ainda segundo o
Instituto, o número de pessoas sem emprego chegou a 13,1 milhões de pessoas,
561 mil pessoas a mais em relação ao mesmo período de 2019.
Já o número de empregados com
carteira de trabalho assinada no setor privado (excluindo os trabalhadores
domésticos) foi estimado em 29,4 milhões, caindo 8,8% (menos 2,8 milhões de
pessoas) comparado ao trimestre anterior. Enquanto isso, a taxa de
informalidade chegou a 37,4% da população ocupada (ou 30,7 milhões de
trabalhadores informais).
O setor
Para quem trabalha no comércio,
a situação não é diferente. O setor lidera o fechamento de vagas em 2020. Além
disso, 33% dos comerciários estão na informalidade, o que representa cerca de 5
milhões de trabalhadores que vivem em uma situação de precariedade e
insegurança, sem carteira assinada, trabalhando por conta própria ou como
autônomos, sem qualquer proteção da Previdência Social.
Márcio Ayer
"A situação continua muito
difícil para os trabalhadores. O cenário econômico, que já não era dos
melhores, piorou ainda mais com o fechamento do comércio por conta da pandemia.
Mesmo com o retorno das lojas, as vendas continuam fracas, o que atinge
diretamente a situação do emprego e a renda dos trabalhadores", avalia
Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, Paty
do Alferes e Miguel Pereira.
Além do desemprego, muitos
trabalhadores perderam parte da renda ou tiveram o contrato suspenso por conta
da Medida Provisória 936 (Lei 14.020), editada pelo governo federal. Dos cerca
de 10 milhões de trabalhadores que foram pegos pela MP 936, cerca de 2,5
milhões são do comércio, ficando atrás somente do setor de serviços (3,8
milhões).
Dados da CNC
No Rio de Janeiro, dados da
Confederação Nacional do Comércio apontam que nos últimos quatro anos o Estado
perdeu 2.535 indústrias, 12,7% das unidades, superando o número das empresas
que entraram no mercado. O Rio é o estado que registrou a maior queda no país.
"Falta uma política de investimentos
para o país, que crie um ambiente para a geração imediata de milhares de
empregos. Enquanto isso, o governo federal continua querendo retirar direitos
de quem está trabalhando, sempre com o mesmo argumento de que isso vai criar
novas vagas de emprego. Já vimos que não é verdade, pois diziam isso em 2017
com a Reforma Trabalhista, mas até hoje não tivemos nenhuma melhora no mercado
de trabalho", explica Márcio Ayer.