Crescem pedidos de seguro-desemprego e mais 3 milhões de pessoas podem perder o emprego

Governo Bolsonaro continua sem planejar o combate ao desemprego e sem dar uma ajuda rápida às pequenas e médias empresas para que elas se recuperem para o período pós pandemia

 22/05/2020     Luta sindical      Edição 294
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"Os índices de desemprego continuam altos, e com Bolsonaro a situação está ainda pior. No comércio, temos acompanhado as dificuldades, com trabalhadores demitidos, contratos de trabalho suspensos e corte nos salários. Esse crescimento pela procura do seguro-desemprego é reflexo da falta de uma política do governo federal para a proteção do emprego", disse o presidente do Sindicato dos Comerciários Márcio Ayer em uma das transmissões ao vivo no Facebook da entidade, que estão sendo realizadas durante o período de isolamento social.

Pelos dados divulgados pelo Ministério da Economia, nos meses de março e abril de 2020, 1,5 milhão de trabalhadores entraram com pedido de seguro-desemprego. O número representa um salto de 31% em comparação com o mesmo período de 2019. Na comparação entre abril de 2019 (612.909) e o mesmo mês de 2020 (748.484), houve um aumento de 22,1% no número de pedidos. Na relação entre março e abril de 2020, o aumento foi de 39,4% de requerimentos.

"Os números mostram que sem uma política voltada para preservar o emprego e a sobrevivência das empresas, principalmente as pequenas e médias, o desemprego deve crescer ainda mais. A crise causada pela pandemia será ainda maior sem uma ação do governo Bolsonaro, inclusive para quando tudo isso passar. É preciso um projeto para recuperar rapidamente a economia; as pequenas e médias empresas precisam ter rapidamente acesso ao crédito", declara Márcio Ayer.

 

Pedidos de seguro-desemprego devem aumentar

 

De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Economia, como o trabalhador tem até 120 dias para solicitar o seguro-desemprego, é possível que outros 250 mil pedidos ainda possam ser feitos nos meses seguintes, por terem sido feitos pela internet e não presencialmente nos meses de março e abril.

O Ministério da Economia informa ainda que a maioria dos solicitantes é do gênero masculino (57,1%). A faixa etária com maior número de pedidos é de 30 a 39 anos (33,1%) e, em relação à escolaridade, 62,4% têm ensino médio completo. Em relação aos setores econômicos, serviços representou 41,6% das solicitações, seguido por comércio (27,7%), indústria (19,9%) e agropecuária (3,7%).

Os estados que registraram o maior número de pedidos de seguro-desemprego foram São Paulo (217.247), Minas Gerais (85.990) e Rio de Janeiro (58.945).

 

Mais 3 milhões de vagas podem ser fechadas

 

Uma projeção do próprio governo federal avalia que três milhões de empregos devem ser perdidos em 2020. De acordo com a análise do Ministério da Economia, esses números podem ser ainda maiores dependendo do tempo que durar o isolamento social. Autoridades de saúde pública continuam orientando a manutenção da quarentena enquanto o número de infectados e de mortos permanecer em crescimento e sem o pleno funcionamento dos hospitais de campanha. O governo do estado já decretou a manutenção das medidas emergenciais até o dia 31 de maio, com possibilidade de prorrogação.

"Nós continuamos acompanhando a situação dos comerciários de Miguel Pereira e Paty do Alferes. É importante que os governos tenham planejamento para preservar o emprego e a renda dos trabalhadores enquanto durar essa pandemia e também após esse período, quando as atividades voltarem a normalidade", declara o dirigente sindical Marcelo Bizerra.

 

Legenda: Presidente do Sindicato dos Comerciários Márcio Ayer defende medidas para proteger o emprego e a renda dos trabalhadores.

 

Crédito: Arquivo/Sindicato dos Comerciários