Auxílio emergencial deve ser um programa permanente

O governo Bolsonaro só queria dar R$200,00 de auxílio emergencial. Mas, o Congresso Nacional reagiu e garantiu o valor de R$600,00

 10/07/2020     Fala Bizerra!      Edição 300
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O governo Bolsonaro só queria dar R$200,00 de auxílio emergencial. Mas, o Congresso Nacional reagiu e garantiu o valor de R$600,00 para as pessoas atravessarem esse momento difícil da pandemia do coronavírus.

Fato é que descobrimos milhões de brasileiros "invisíveis" aos olhos dos poderes públicos e como o papel do Estado é essencial para corrigir desigualdades e dar uma vida mais digna ao nosso povo através da redistribuição da riqueza nacional. É claro que tem muito a ver com quem governa e coloca a máquina pública para realizar isso. Com esse governo, foi na base da pressão.

Podemos constatar como essa renda tem ajudado a garantir a sobrevivência de milhões de famílias e a manter a economia movimentada de alguma forma. Por isso, defendemos a sua prorrogação até o fim do ano. Segundo pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), isso pode devolver ao governo cerca de 45% dos valores pagos, pois as pessoas usam o dinheiro para comprar produtos e serviços, e essa prorrogação acaba ajudando a economia a reagir mais rápido.

Dinheiro na mão do povo é o que movimenta a economia e gera arrecadação de impostos para os municípios, especialmente os menores, que não acumulam dinheiro. São com programas sociais, como o Bolsa Família, e com as aposentadorias dos idosos (INSS) que as cidades de pequeno porte, como Paty do Alferes e Miguel Pereira, garantem boa parte das suas receitas.

Assim, seguimos na mesma linha e na mesma lógica de muitos especialistas, e defendemos que esse auxílio emergencial se torne um programa permanente para ajudar quem mais precisa. Pode-se fazer uma reforma tributária justa, com a taxação das grandes fortunas, por exemplo, e destinar parte dos recursos para isso. É uma questão de querer.

 

- Marcelo Bizerra é dirigente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, Miguel Pereira e Paty do Alferes e presidente da ONG Reviva