O Centro Social era na comunidade de Acari, a médica morava em Copacabana...

E por ser muito longe, ela achava que não tinha que trabalhar!...

 17/07/2020     Pode isso, Arnaldo?!!      Edição 301
Compartilhe:       

Arnaldo,

No final da década de 80, um amigo do peito era diretor do Centro Social Urbano de Acari. Ele tinha acabado de tomar posse e começou a moralizar o CSU. Para você ter noção, o Centro tinha uma ginecologista que morava em Copacabana e, por achar que morava longe, achava que não tinha que trabalhar - coisa de doido...

Depois de muita pressão, ele conseguiu que a servidora fosse trabalhar uma vez a cada 15 dias, e em seguida uma vez por semana. Fora a ginecologista, ele reativou o grupo de AA - Alcoólicos Anônimos, coisa que o antigo diretor não gostava e por isso tinha acabado com as reuniões no CSU - coisa de doido...

O novo diretor também reativou as reuniões das costureiras e dos escoteiros mirins e implantou o Programa do Leite do Governo Sarney; eram mais de 200 famílias cadastradas que levavam leite B para casa.

Ele estava fazendo um bom trabalho quando surgiu um evento político que precisava de pessoas mobilizadas. Ligaram para o cara.

Conversa vai, conversa vem, o cara, seguro do trabalho que estava fazendo, pediu 5 ônibus para levar a comunidade. O coordenador cortou e avisou: "Vou mandar 2 ônibus!".

O cara ficou chateado, mas aceitou. Porém, quando chegou o dia, os 2 ônibus foram com apenas 3 pessoas. Questionado, ele se desculpou:

- Fui traído pelo chefe dos escoteiros mirins...

Ele ficou lá pouco tempo, e depois disso não se ouviu mais notícias do CSU de Acari.

Pode isso, Arnaldo!? Toda lenda urbana tem um fundo de verdade...