Março da Mulher: pela vida, por igualdade e contra a violência

As mulheres seguiram ganhando três quartos do que os homens receberam. Tem, ainda, o assédio moral no trabalho. Segundo Pesquisa do Instituto Patrícia Galvão (de 2020), 76% das brasileiras já foram vítimas de violência ou assédio no trabalho.

 12/03/2021     Fala Bizerra!      Edição 336
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Esse mês é de celebrações e reflexões sobre a situação da mulher no mundo, especialmente no Brasil. Nos últimos anos, o movimento feminista decidiu que o 8 de março (Dia Internacional da Mulher) se transformaria em Março da Mulher para que sejam realizadas atividades até o dia 31.

Opressão, violência e desigualdade

Juntos com as trabalhadoras e todas as mulheres, renovamos o compromisso com a luta contra toda forma de opressão, violência e desigualdade. Esse ano, é lutar pela vida, exigindo vacinação ampla para a população e a manutenção do auxílio emergencial no valor de R$ 600,00.

Estamos com as mulheres do campo e da cidade contra esses retrocessos e desrespeitos com quem representa 51,8% da população. Importante lembrar que a crise sempre é mais cruel com as mulheres no mercado de trabalho e na sociedade.

 Segundo dados do IBGE (de 2016), as mulheres ocuparam 44% das vagas de emprego registradas. Cerca de 62,2% dos cargos gerenciais foram ocupados por homens e apenas 37,8% por mulheres. As que trabalhavam, dedicaram 73% mais horas do que os homens aos cuidados e/ou afazeres domésticos.

Em relação aos rendimentos médios do trabalho, as mulheres seguiram ganhando três quartos do que os homens receberam. Tem, ainda, o assédio moral no trabalho. Segundo Pesquisa do Instituto Patrícia Galvão (de 2020), 76% das brasileiras já foram vítimas de violência ou assédio no trabalho.

Estamos juntos

Por isso, precisamos intensificar a luta pelo direito ao trabalho digno em mesmas condições de direitos, funções e remunerações que os homens. Além de ampliar as redes públicas de assistência à mulher na saúde e na educação (com creches).

É fundamental o equilíbrio no mercado de trabalho em um país onde 43% dos domicílios são chefiados e sustentados por mulheres, segundo o IBGE. O Março da Mulher é contra o governo Bolsonaro, que prejudica ainda mais as trabalhadoras. Sua reforma da Previdência dificulta a aposentadoria para quem ainda tem dupla, e até tripla, jornada de trabalho.

Estamos juntos com vocês para melhorar a vida das trabalhadoras, pela emancipação feminina e para construir uma sociedade mais justa e igualitária.

Marcelo Bizerra é dirigente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, Miguel Pereira e Paty do Alferes e presidente da ONG Reviva.