Alerj vai votar projeto para assegurar correção salarial de servidores
A última reposição salarial no estado foi em 2014. Todo o RRF é corrigido pelo IPCA (índice inflacionário). E o salário? Estamos falando de reposição, e não de reajuste, é preciso destacar. E a reposição é um preceito constitucional. Disse deputado.
02/07/2021
Alerj
Edição 352
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A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) deverá
votar, após o recesso, o Projeto de Lei 4.108/21, que pretende
assegurar a correção salarial aos servidores dentro das regras do
novo Regime de Recuperação Fiscal (RRF). A proposta é do presidente da Comissão
de Tributação, deputado Luiz Paulo (Cidadania), e foi apresentada na audiência
pública virtual, nesta quinta-feira (24/06), com a participação do secretário
de estado de Fazenda, Nelson Rocha. Parlamentares expuseram preocupação com as
medidas de ajuste que recaem sobre o funcionalismo, como reforma previdenciária
e revisão de regimes jurídicos.
"A última reposição salarial no estado foi em 2014. Todo o RRF é
corrigido pelo IPCA (índice inflacionário). E o salário? Estamos falando de
reposição, e não de reajuste, é preciso destacar. E a reposição é um preceito
constitucional", defende o deputado.
Presidente da Alerj
Recentemente, o presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT)
afirmou, que o Legislativo não pretende votar medidas que retirem direitos dos
servidores.
Na audiência, o secretário Nelson Rocha ressaltou que existe
possibilidade de inclusão das reposições salariais no plano de adesão ao novo RRF,
desde que seja mantido o equilíbrio fiscal. "Não existe restrição quanto a
isso, basta que as reposições estejam dentro do teto de gastos. O que o RRF
quer é resultados primários que permitam o pagamento da dívida. Mas é
necessário que estas reposições estejam previstas no plano de adesão",
explicou.
Quanto à revisão de regimes jurídicos de servidores, o secretário
destacou que o estado terá de optar por eliminar algumas das regras de
promoções e progressões por tempo de serviço.
Tirar promoções e progressões por tempo de serviço é desestimulador
O deputado Eliomar Coelho (PSol) criticou a medida por entender que
ela afeta estímulos ao desenvolvimento da máquina pública. "É muito
complicado acabar com as perspectivas dos servidores. Tirar promoções e progressões
por tempo de serviço é desestimulador. Parece que a conta deste novo RRF vai
cair na mão do funcionalismo", afirmou.
O deputado Waldeck Carneiro (PT) pediu esclarecimento ao secretário
sobre a proposta do fim do triênio. A dúvida foi se a extinção do ajuste, hoje
obrigatório, atingirá todos os servidores ou somente os que ingressarem no
serviço público após a homologação do novo RRF.
Triênios
Rocha respondeu que é possível que o Governo do Estado defina a
questão da maneira que achar mais adequada, mas que a União pode não concordar
com essa avaliação. Segundo o secretário, a ideia é que o triênio seja extinto
para os que ingressarem e os que já estão no serviço público. Porém, será
mantido o que já foi incorporado.
A previsão do governo é de que o primeiro relatório sobre o
enquadramento do estado no plano de recuperação fiscal seja apresentado ao
Governo Federal no dia 5 de julho. E a versão final em 27 de dezembro. O
secretário informou que a dívida consolidada do estado do Rio de Janeiro
com a União atualmente é de R$ 172 bilhões e traçou alguns cenários.