Capítulo 14 - Outras fazendas e propriedades periféricas a barreiros
A Trajetória Histórica do Município de Miguel Pereira
05/11/2021
Historiador Sebastião Deister
Edição 370
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FAZENDA MONTE LÍBANO - (em Vera Cruz, Miguel
Pereira) Foi comprada pelo barão de Paty em 1844 a Duarte José do Rego Gouveia,
ficando, pelo inventário, para o filho Manoel Peixoto de Lacerda Werneck. Como
informação adicional sobre essa propriedade, outrora tão importante e rica,
transcreveremos a seguir sua medição judicial, mantendo na reprodução tanto a ortografia quanto a sintaxe da época.
"ATTESTO E FAÇO CERTO"
Que fui convidado pelo Dr. Manoel Peixoto de Lacerda
Werneck, proprietário da Fazenda denominada Monte Líbano, sita na Freguesia de
Sant´Anna das Palmeiras, Município de Iguassú, para aviventar os rumos antigos
de sua fazenda e medir para levantar a planta da mesma juntamente com o calculo
superficial.
Para esse fim fomos ao Marco Angular das terras
compradas a Bento Antonio Moreira Dias, para o lado do Norte, na linha
divisoria das terras que foram compradas ao fallecido Duarte, deste Marco segui
na divisão de 58º 30´ do Quadrante Sudoeste por meio de um cafesal da mesma
fazenda, accompanhando depois uma cerca de espinhos na divisa com o Commendador
Felício Augusto de Lacerda, encontrando depois uma matta virgem, passando
sempre por vestigios da medição antiga, chegando-se com 1.500 braças ou 3.300
metros, ao fim da linha a qual estava assignalada com um Marco de pedra bruta.
Deste lugar se seguiu em direção de 31º 30´
Sudoeste, e se mediu a divisa com terras devolutas 586 braças, ou 1.289 metros,
aonde estava fincado outro Marco que faz canto das terras de José da Rocha
Chaves; deste Marco se chegue a uma linha parallela à da primeira 58º 30´
Noroeste, pela divisão do mencionado Rocha, e se mediu até o canto 1.500
braças, ou 3.300 metros, aonde se tem um Marco de pedra bruta, de cuja pedra se
segue na direção de 31º 30´ Noroeste e se mediu até uma cerca de espinhos 66
braças, ou 145, 20 metros, accompanhando esta cerca de espinhos, pelas diversas
direcções, conforme mostra a planta junta, se seguindo no fim da mesma cerca, o
ribeirão denominado de Prata, até a proximidade
do rio Santana, aonde se encontra a linha divisoria dos terrenos pertencentes
aos herdeiros do finado Vicente Ferreira, cujo rumo corre na direcção de 74º
Noroeste, e seguindo este rumo e medindo 816 braças, isto é, 1.795,20 metros,
se chegou no canto dos terrenos que são hoje de José Joaquim da Fonseca, onde
se achou cravado um Marco de pedra bruta. Desse marco segue o rumo antigo da
Sesmaria do Padre Werneck, hoje dividindo com o Commendador Felício Augusto de
Lacerda, e mediu na divisão de 69º Sudoeste, e até encontrar o rumo do
princípio da nossa orientação 560 braças ou 1.232 metros.
Formando desta forma a configuração deste terreno
uma configuração toda irregular com uma área de 1.163.966 braças quadradas,
equivalentes a 563 hectares, mais 30 ares e 96 centiares (m2). E por me ser
pedido, passo o presente por mim feito e assignado.
Monte Libano, 22 de setembro de 1877
Guilherme de Mentzingen
Iguassú, 23 de novembro de 1877
Nada mais se continha e nem declarava do que dou fé,
apontado em seus autos de medição e aviventação dos rumos da Fazenda do Monte
Líbano, que correu pelo Cartório do Escrivão, Joaquim Ignácio Bueno de Faria,
da Vila de Iguassú, em que são Supplicantes o Dr. Manoel Peixoto de Lacerda Werneck
e sua mulher D. Evelina Teixeira de Macedo Werneck, de cujo apontado EU,
TABELLIÃO, fiz pedido da parte extrahir a presente PUBBLICA FORMA que conferi,
achei-a em tudo conforme e subscrevo-a e assigno em pubblico e razo, nesta
cidade do Rio de Janeiro, Capital Federal da República dos Estados Unidos do
Brasil, em 16 de janeiro de 1897.
Eu, Pedro Evangelista de Castro, Tabellião
Subscrevo e assigno em Pubblico e razo
Nada mais se continha em a Pubblica Forma que me foi
apresentada para ser reproduzida em copia legal e authentica, tendo da mesma
feito extrahir a presente Pubblica Forma que, depois de conferida e arrestada
por Tabellião companheiro, achada em forma, entreguei o original ao portador e
esta que subscrevo e assigno nesta cidade do Rio de Janeiro, Capital Federal
dos Estados Unidos do Brasil, em 30 de maio de 1920.
Eu, Arthur Cardoso de Oliveira, Tabellião Interino,
que subscrevo e assigno
SESMARIA DE MARCOS DA COSTA FONSECA CASTELO BRANCO -
(Miguel Pereira), criada por Alvará Real de 6 de julho de 1712. Almoxarife
Real, o Capitão Marcos da Costa recebeu várias datas de terras situadas dentro
da futura Freguesia de Paty do Alferes, cobrindo áreas das serras do Couto, das
Perobas e da Viúva, na chamada região de Vera Cruz, com a sede de sua fazenda
sendo construída às margens do Caminho Novo de Minas aberto a partir de 1700
pelo sertanista Garcia Rodrigues Paes. A partir de 1839, a Sesmaria viu-se
desmembrada em dezenas de outras propriedades, destacando-se naquela área os
sítios denominados Jequitibá, Água Fria, Sant´Anna, Morro Redondo, Congonhas,
Fazenda Vera Cruz, Morro do Sabão, Governo, Macuco, Bosque, Cânhamo, Cágado,
Inocência, Boa Vista, Bela Vista, Fazenda Velha e Glória de Marcos da Costa
(VER IMAGEM), entre vários outros.
FAZENDA DA SERRA DO COUTO - (na Lagoa das Lontras,
em Miguel Pereira), oriunda da Sesmaria do Caminho do Couto e criada em 1761. Concedida
em 21 de fevereiro de 1761 a João Rodrigues Ribeiro, e confirmada a esse
proprietário em 26 de agosto do mesmo ano.
Pelos idos de 1864, esteve em mãos de Manuel da Rosa Silveira que,
juntamente com a esposa Francisca da Encarnação, venderia uma data de terras de
medidas 22 x 3.000 metros a Ezequiel Antônio dos Santos, estando seus limites
aglutinados aos fundos da Sesmaria de Marcos da Costa.
SERRA DO TINGUÁ, em 1777 - (Miguel Pereira). Seu
primeiro proprietário foi coronel Antônio Joaquim de Velasco Molina. Em 1817,
passou às mãos do coronel José Pedro Francisco de Paes Leme.
FAZENDA DO FACÃO, (Miguel Pereira) em 1864 - Inicialmente
administrada por Constantino dos Reis Motta, que a venderia a João de Oliveira
Tanoeiro.
FAZENDA DA CONCEIÇÃO (Miguel Pereira), em 1890 - Manoel
Francisco Bernardes (o mesmo da Fazenda do Retiro) foi um dos seus primeiros
donos. Posteriormente, metade daquelas terras passou à posse de Joaquim de
Souza Mello.
Na próxima edição: Os Nobres da Família
Werneck