Com uma produção mensal de 10.000 vassouras, a Frontinense prepara-se para crescer

De vigilante a industrial, uma história de sucesso que pode passar de 10 mil para 50 mil vassouras produzidas por mês

 25/02/2022     Empresa de sucesso      Edição 386
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O casal Vagner e Sheila Moreira já passou por tudo nessa vida, mas o destino o colocou diante do desafio em que jamais chegou a pensar: tornar-se industrial.

Fagner trabalhou 16 anos como vigilante na empresa de segurança Protege e, depois, no Itaú, mas percebeu que sua vida não valia o risco da atividade. O casal decidiu ir para Angra dos Reis, onde tirou a carta de Arrais, mas, como o patrão vendeu o imóvel, voltou para Paulo de Frontin, onde Vagner passou a vender peixe trazido de Angra. Aquele cheiro de pescado não deu certo, "ele entranha na gente, no carro, em todo lugar", disse Vagner. O casal passou então a vender, nas ruas, empada, empadinha, empadão e panqueca recheada, que tinham uma boa saída. Depois, investiram na venda de cloro e material de limpeza. Os clientes, por sua vez, começaram a pedir vassouras e rodo. Foi em Mesquita o primeiro contato com o ramo de vassouras, onde passou a comprar para fornecer aos seus clientes. O produto, infelizmente, não tinha a qualidade exigida e, por isso, parou de comprar naquele local.

Mendes

Vagner soube que, no município de Mendes, o casal Rosely e José Antônio, proprietários da vassoura Tornado, tinha decido encerrar a fabricação. O empreendedor decidiu que queria arrematar a produção, já que o artigo era de muito boa qualidade. O casal achou cara a unidade para poder revender, mas recebeu de Rosely a contraproposta de compra de todo o maquinário, que pôde ser parcelado. Esse foi o caminho para Vagner entrar no ramo da produção de vassouras. E ainda, com uma proposta tentadora, o casal trouxe o vassoureiro da Tornado. Vieram também os clientes da antiga fábrica, que estavam acostumados com a qualidade do produto. A chapa da vassoura vermelha é pintada com resina e já vem com código de barras, o que ajuda muito o cadastramento do produto nos pontos de venda e nas empresas de distribuição.

Porta em porta ou mercado

Vagner teve que decidir se vendia de porta em porta ou se trabalhava fornecendo para as empresas. São caminhos e táticas diferentes. Optou por fornecer para empresas e, hoje, a Frontinense tem 285 clientes ativos, entregando em Japeri, Paracambi, Queimados, Nova Iguaçu, Praça Seca (Rio), os três mercados de Mendes, um em Paulo de Frontin, Miguel Pereira, Paty, Avelar, Paraíba do Sul, Três Rios, Petrópolis, Barra do Piraí, Barra Mansa, Volta Redonda, Resende e Quatis. São mercados, casas de ração, atacadistas, distribuidores. A Frontinense tem preço para todo cliente. Vagner já vendeu para a prefeitura de Paracambi e para a de Valença, foi através de uma pessoa que esta ganhou a licitação, gostou do produto e do preço da Frontinense e virou cliente.

Preços

A preço de varejo, a vassoura chapa azul custa 10 reais, a vassoura chapa verde 13 reais, a vassoura chapa vermelha 15 reais e a branca 19; já a vassoura gari, 25 reais. Os preços por quantidade (a partir de 6 peças) são outros: a vassoura de chapa azul custa 7,50 reais, a vassoura chapa verde, 8,30 reais, a vassoura chapa vermelha, 10,50 reais e a branca, 12,00 reais; já a vassoura gari, de 25 reais, cai para 16 reais. O CEO da Frontinense avisa que quanto maior a quantidade de vassouras pedidas, mais o preço cai.

Distribuidora Tambasa

Tambasa é uma empresa atacadista mineira, com sede em Contagem - MG, que atua em todos os estados do Brasil e conta com mais de 4.000 vendedores. Eles trabalham com estoque: compram uma determinada quantidade e, quando o armazenamento vai baixando, fazem novo pedido. Neste mês de fevereiro, já foram dois pedidos que totalizaram 5.000 Vassouras. Como a Tambasa tem muitos clientes na região, é um caminhão a cada três dias fazendo entregas, que, ao serem concluídas, a empresa leva as vassouras que são produzidas em Paulo de Frontin. Trata-se de uma logística que se torna interessante para ambas as partes.

Maranhão mais 30.000

A Frontinense está negociando uma parceria com uma empresa de distribuição com sede no estado do Maranhão. É um negócio na ordem de 20.000 a 30.000 vassouras por mês, e, caso ela seja estabelecida e o contrato assinado, a produtora terá, necessariamente, que encontrar outro espaço para produzir, uma vez que o atual não comportará novos maquinários e novos funcionários.

Duas opções: Piraí ou Pinheiral

São duas as opções que Vagner estuda: uma é através de um amigo do prefeito de Piraí e outra em Pinheiral, com a cessão de um galpão que vai comportar a ampliação da produção não só para esse novo contrato com o Maranhão, mas também para conseguir atender novos clientes que a vendedora da Frontinense tem. "Precisamos aumentar nossa produção. Não conseguimos nem fazer estoque nem abrir novos clientes. Nosso espaço tornou-se muito apertado", disseram Vagner e Sheila, que completaram bodas de prata pelos 25 anos de casados.

Outro problema que um novo endereço vai solucionar é a entrega da piaçava que vem da Bahia. A atual localização da fábrica Frontinense torna difícil a entrada da carreta com a matéria-prima, tendo que ser descarregada em outro ponto próximo.

Formar mão de obra local

Vagner tem o desejo de formar mais mão de obra, mas o espaço é limitado. Com a provável ida para um local maior, esse projeto tem tudo para sair do papel, dando emprego ao pessoal da região. Quando chega o pedido da Tambasa, Vagner precisa chamar os vassoureiros de Mesquita para reforçar a produção em Paulo de Frontin.

Nada se perde: a chapa que é pintada vem de latões de 20 litros de tinta e/ou margarina e as aparas da piaçava, que é comprada da Bahia, vira xaxim para planta.

 

Contatos: telefone: (24) 2463-1405 - (24) 99930.8727

R. Laurentino Monsores - Matadouro, município de Eng. Paulo de Frontin - RJ