Apepi recebe comitiva da Saúde de Volta Redonda

A prefeitura de Volta Redonda já oferece tratamento à base de canabinóides através do SUS

 25/08/2023     Cannabis medicinal é vida      Edição 464
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Na última segunda-feira, dia 21 de agosto, a APEPI recebeu a comitiva da Secretaria de Saúde do Município de Volta Redonda - RJ. Estavam presentes médicos, enfermeiras, técnicos, além de subsecretários da Secretaria de Saúde. O objetivo da visita foi apresentar aos profissionais como é feita a produção de medicamentos à base de cannabis na Fazenda Sofia Langenbach, sede campestre da Associação. Atualmente Volta Redonda iniciou o fornecimento da medicação via SUS para tratamento com a cannabis medicinal.

A iniciativa partiu da Câmara Municipal que propôs e aprovou por unanimidade um Projeto de Lei, instituindo, no âmbito municipal, a Lei n° 6.085/2022, que dispõe sobre a política municipal de uso da Cannabis para fins medicinais e a distribuição gratuita dos medicamentos pelo SUS e prescritos por médicos especializados. O PL é de autoria do vereador Paulinho AP e teve apoio de vários movimentos populares, entre eles o "Volta Cannabis". O Projeto de Lei aprovado foi sancionado pelo prefeito Antônio Francisco Neto, que determinou que o município disponibilizasse para os moradores o óleo de cannabis medicinal gratuitamente.

 

Prefeitura já atende 300 moradores

 

Hoje o município atende cerca de 300 moradores que são diagnosticados pelos médicos que prestam serviços ao município e também recebem, gratuitamente, o óleo mais adequado ao tratamento (com ou sem THC). As enfermidades atendidas pelo munícipio são: Parkinson, Alzheimer, convulsões, ansiedade, insônia, entre outras, inclusive atende, trata e acompanha moradores de rua, tendo uma coordenação médica específica para atender a essa população.

 

Médico Carlos Vasconcelos

 

De acordo com o médico sanitarista Carlos Vasconcelos, que faz parte da coordenação do projeto na Rede Municipal de Saúde, com o cadastramento de pacientes que já fazem uso dos medicamentos à base de canabinoides, e com a capacitação dos profissionais da SMS, "vamos seguir o previsto na Lei que inclui os pacientes com epilepsia refratária, o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Mal de Parkinson e o Mal de Alzheimer, que não respondem aos tratamentos convencionais", disse o médico.

 

Volta Redonda, um município avançado no tempo

 

Em Volta Redonda, o óleo tem sido entregue a pacientes com epilepsia refratária, Transtorno do Espectro Autista (TEA), Doenças de Parkinson e de Alzheimer, acompanhados nos serviços especializados na rede pública: Policlínica da Melhor Idade, Policlínica da Cidadania (Neurologia) ou Follow-Up e Centro Especializado de Reabilitação (CER III). A prioridade é para aqueles que não respondem aos tratamentos convencionais e que tenham prescrição médica.

 

Vereador Paulinho

 

O texto apresentado pelo vereador Paulinho AP teve como preocupação cuidar das pessoas que não podem adquirir, com recursos próprios, os medicamentos à base de cannabis, uma vez que é um tratamento caro para a maioria dos moradores do município, mas que transforma a vida dos pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais.

 

Apepi

 

Para Marcos Lins Langenbach, diretor da APEPI, abrir as portas da fazenda para a Comitiva de Saúde de Volta Redonda é contribuir para que haja mais informação e conhecimento nesse tema, é uma das missões da APEPI. "Hoje atendemos a mais de 7.000 pacientes fornecendo óleo de cannabis, mas, por determinação jurídica as associações de pacientes ainda não podem fornecer sua produção para a rede pública de saúde, mas temos esperança que um dia isso possa ser feito por meio de mecanismos como o Farmácia Viva, respeitando todos os critérios estabelecidos pela ANVISA e vigilância sanitária", afirmou.

 

Com colaboração de Aline Souza e PMVR


Fotos Hélio Leite