Por que a Cannabis pode tratar tantas doenças?
A explicação está no Sistema Endocanabinoide humano
09/09/2023
Cannabis medicinal
Edição 466
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Para entender o impacto da cannabis na
medicina praticada hoje, devemos olhar para sua história de uso medicinal, que
remonta às civilizações antigas. Nos tempos atuais, a pesquisa científica tem
progredido muito, especialmente com a descoberta dos canabinoides, como o THC e
o CBD. Esses compostos interagem com o sistema endocanabinoide do nosso corpo,
que desempenha um papel crucial na regulação de várias funções fisiológicas,
que chamamos homeostase.
O sistema endocanabinoide é uma descoberta inovadora
da biologia sobre nossa saúde. Esse sistema administra as funções vitais, como
o controle da divisão celular, metabolismo, sistema imunológico e atividades
cerebrais.
Essa regulação ocorre por meio da interação
entre os canabinoides presentes na planta (como CBD, THC e CBG) com os
receptores endocanabinoides presentes dentro do corpo humano (CB1 e CB2). O
nosso organismo produz canabinoides internos (endocanabinoides), enquanto a
Cannabis produz fitocanabinoides.
Os receptores são como impressões digitais em
que cada um tem a sua. Funcionam como se fossem chaves (os canabinoides) e
fechaduras (os receptores). Os endocanabinoides, como são funcionalmente muito semelhantes
aos canabinoides das plantas, podem ser explorados para impulsionar este sistema,
promovendo o equilíbrio mental e físico.
Veja abaixo algumas funções que o sistema endocanabinoide controla:
Atividade cerebral: memória, epilepsia, enxaqueca, autismo,
dores crônicas.
Sistema imunológico: câncer, Alzheimer, Parkinson, Huntington.
Divisão celular: esclerose múltipla, doença de Crohn, psoríase,
inflamações.
Metabolismo: anorexia, bulimia, termorregulação.
Saiba mais sobre algumas doenças
Dor Crônica: Uma das aplicações mais promissoras
da cannabis na medicina é o tratamento da dor crônica. Estudos têm demonstrado
que os canabinoides podem ajudar a aliviar a dor, reduzindo a inflamação e
afetando os receptores de dor no cérebro. Isso abre novas possibilidades para
pacientes que sofrem de artrite, fibromialgia e dores neuropáticas.
Distúrbios Neurológicos: A
cannabis também tem demonstrado bons efeitos em distúrbios neurológicos, como a
epilepsia. O CBD, em particular, tem sido estudado como uma opção de tratamento
para reduzir a frequência e a gravidade das convulsões. Essa inovação é
especialmente importante para pacientes que não respondem bem aos tratamentos
convencionais.
Saúde Mental: Outro
campo de pesquisa muito promissor é o uso da cannabis no manejo de distúrbios
de saúde mental, como ansiedade e depressão. Embora haja muito a aprender sobre
as interações complexas entre os canabinoides e o cérebro, os resultados
iniciais sugerem que certas formulações de cannabis podem ser benéficas para um
plano de tratamento integral.
Câncer e Cuidados Paliativos: A
cannabis também está se mostrando relevante na área de cuidados oncológicos e
paliativos. Estudos apontam como os canabinoides podem ajudar a reduzir os
efeitos colaterais da quimioterapia, como náuseas e perda de apetite, melhorando
a qualidade de vida dos pacientes.
Considerações Éticas e Legais: É
importante abordar as considerações éticas e legais em relação ao uso da
cannabis na medicina. Enquanto mais países estão legalizando o uso medicinal da
planta, existem desafios relacionados à dosagem, padronização e regulamentação.
Médicos devem estar cientes das leis e diretrizes em vigor em suas respectivas
regiões.
Em suma, a cannabis está emergindo como uma
incrível inovação na medicina do século XXI. Seu potencial para tratar
diferentes condições médicas, juntamente com pesquisas científicas e abordagens
cuidadosas, representa um novo horizonte terapêutico. No entanto, é fundamental
que avancemos com base em evidências científicas sólidas e considerações
éticas, para que possamos maximizar os benefícios dessa planta. Para saber mais
acesse https://apepi.org/