Escola Municipal dá exemplo de democracia escolar

A Escola Municipal Pantanal vem dando um exemplo de que a política também se ensina na escola.

 12/01/2016     Educação   
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A Escola Municipal Pantanal vem dando um exemplo de que a política também se ensina na escola. Surgiu na sala de aula, da turma do 4º ano do ensino fundamental, uma pequena líder chamada Melyssa Moreira de apenas 9 anos de idade. Certo dia ela chega para a professora, Eliane Barbosa, e fumina: “professora, posso ser a prefeita da escola?”. A professora então perguntou: “por que você quer ser prefeita da escola?”, Melyssa engrenou, - a escola está precisando de melhorias. A professora Eliane não perdeu tempo, aceitou a ideia e sugeriu várias formas de como poderia ser feito e passou a orientar os alunos de como fazer e deixou a cargo deles a decisão. 

A ideia cresceu e logo três grupos se apresentaram. Então ficou estabelecido que ao invés de se fazer eleições entre os três grupos, eles teriam a chance de “governar” durante dois meses e ao final desse tempo, os alunos estariam prontos para o processo eleitoral. Hoje quem está no “governo” é o grupo da Melyssa, que é a prefeita de sua “coligação”. Melyssa elaborou plano de governo; regras para convívio, como o problema que a escola estava enfrentando com as sucessivas quebras da porta de acrílico do banheiro. Fizeram catazes e conscientizaram os alunos mais exautados.

Normas de conduta na sala também foram elaboradas, como quando pode falar, levantar, quais as sanções de quando o aluno “desrespeitar” as normas que foram escolhidas, colocadas no quadro-negro e votados democraticamente pela turma. Isso também ocorreu com o lixo no recreio, a implantação da coleta seletiva para a reciclagem, mais cartazes foram feitos e colocados, dessa vez, na escola. Com isso o movimento da turma do 4º ano foi crescendo e ganhou outras turmas. Agora os alunos da Escola do Pantanal querem que esse movimento saia da escola e se espalhe no bairro da Ramada.

Na sexta-feira, dia 13/3, na visita do prefeito à escola, Melyssa se apresentou ao prefeito e disse: “eu sou a prefeita da escola!” e surpreso ele retribuiu: - que bom assim você me ajuda a governar, eu tomo conta da cidade e você da escola. E ela logo apresentou o Alejandro Ramires: - esse aqui é o meu secretário de Turismo... Disse Melyssa ao Prefeito. Passada as apresentações de secretários. Melyssa disse a professora Eliane Barbosa: “professora eu já avisei minha mãe que o prefeito vinha na escola e se eu não conseguisse falar com ele, eu iria à Prefeitura falar com ele que estamos precisando de um ventilador...” Concluiu Melyssa que junto com seus colegas Karem Moreira (vice-prefeita), Alejandro Martins (sec de Turismo), Larissa Soares (secretária) – todos com 9 anos de idade formam sua equipe de governo.

Alunos do Álvaro Alvim querem criar Grêmio Estudantil 

Alunos do ensino médio do Colégio Estadual Álvaro Alvim querem criar o Grêmio Estudantil, mas segundo informações, estão com problemas de como fazer, falta orientação das entidades estaduais, como a UBES - União dos Estudantes Secundaristas e UJS que historicamente, junto com a UNE – União Nacional dos Estudantes, fizeram história na luta dos direitos dos estudantes. Eles já estão no processo eleitoral, mas falta a democratização da informação à todos os estudantes. Falta garantir a todos o poder de opinar na construção do Grêmio. Esse é um trabalho lento e que requer muita paciência das lideranças e também dos alunos.

O texto básico do estatuto do Grêmio precisa ser levado à plenária do colégio para a aprovação de todos os estudantes. Somente após esta fase é que é aberto o prazo para que as chapas que queiram concorrer possam se inscrever. A partir daí será marcada o dia da votação. A comissão organizadora do Grêmio também deverá nomear uma comissão eleitoral para que ela possa conduzir o processo democraticamente. Não se admite a interferência da direção da unidade escolar, uma vez que Grêmio Estudantil é uma entidade exclusivamente de estudantes e para os estudantes, portanto a interferência de qualquer tipo é considerada estranha ao processo dos alunos. Entretanto cabe a direção escolar, apoiar os alunos nas dificuldades que possam vir a ter, mas não deve interferir na condução do processo, a menos que seja para garantir a democratização das informações e a ampla participação dos demais estudantes.

Em 2004 os estudantes pararam a cidade em busca de seus direitos 

O último grande movimento estudantil que teve em Miguel Pereira foi liderado pelos alunos do Colégio Estadual Antônio Fernandes, se alastrando por diversos colégios estaduais, como o CIEP Alexandre e até municipais, inundando o centro da cidade de alunos, que vieram de todos os cantos, em um movimento jamais visto, um movimento estudantil espontâneo sem precedentes na história da cidade (foto). Na época a prefeitura não possuia o escolar e os alunos iam para a escola nos ônibus de linha, utilizando o Vale escolar. O problema ocorreu na suspensão do direito dos alunos ao vale do estudante e esse foi o estopim que unificou e fez surgir, na época, dezenas de lideranças estudantis.