Uma médica Cubana em Miguel Pereira

A médica Maria Tereza chegou ao Brasil assinou contrato com o Governo Brasileiro de 13/03/2014 até 13/03/2017.

 22/01/2016     Saúde Pública   
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Desde 16/04/14 Miguel Pereira tem sua médica cubana. Maria Tereza Veitia Leon, nascida na cidade de Villa Clara, 48 anos de idade e 28 de medicina, dos quais mais de 10 anos em experiência humanitária no exterior. Miguel Pereira se junta aos municípios de Levy Gasparian e Mendes no Programa Mais Médicos do Governo Federal, que receberam profissionais vindos de Cuba. Na verdade Maria Tereza estava em outro programa humanitário na Venezuela quando soube que o Governo Brasileiro estava abrindo a possibilidade de médicos estrangeiros atuarem no Brasil.

A médica Maria, como gosta de ser chamada, chegou ao Brasil assinou contrato com o Governo Brasileiro em 13/03/2014 até 13/03/2017. A médica chegou junto com outros 200 médicos, seguiu para o Espírito Santo para regularização com a Polícia Federal, visto de trabalho, etc. Vencida essa etapa burocrática Tereza foi designada para Miguel Pereira e chegando aqui, foi chefiar o PSF – Programa Saúde da Família na Praça da Ponte. Aliás a ideia desse Programa (PSF) foi importada de Cuba, onde lá se chama Consultório da Médico da Família - CMF.

A equipe da médica Maria Tereza, no PSF da Praça da Ponte atende a cerca de 5.000 moradores da redondeza, e é chefiada pela enfermeira Renata Aparecida; uma técnica de enfermagem e mais sete agentes de saúde, que atendem a reabilitação, prevenção, pré-natal, puericultura e as visitas domiciliares. Pela manhã, das 8 às 12hs, a médica cubana atende a “demanda espontânea”; das 13hs às 16hs atende as consultas agendadas e urgências como pacientes com febre, são normalmente são encaixadas. Às terças-feiras é dia de atender as grávidas, pré-natal e crianças. As consultas são agendadas por telefone. Às quartas-feiras são reservadas para as visitas domiciliares com os agentes de saúde e a cada 15 dias é hora de reunião da equipe para avaliações.

Uma das pacientes da Dra. Maria é a senhora Pasqualina (foto), moradora da Estrada Lagoinha, ela é só elogio para a médica cubana, “eu tenho problema de coração e pressão alta, quando minha receita vence eu ligo, agendo uma nova consulta e sou atendida na hora, ela é muito boa, a gente é sempre bem atendida, tem médico que nem olha pra gente, ela não, pega os aparelhos, mede a pressão, ela conversa com a gente, ela atende muita gente...” disse a paciente da Lagoinha. Outra paciente é Maciele Cristine, moradora da Praça da Ponte, segundo Maciele “a Dra. Maria Tereza busca os problemas lá atrás, explica e conversa com a gente”. Aliás ouvir o paciente parece ser o ponto alto da dra. cubana, porque também foi o que disse Fabiana Santiago, moradora da Praça da Ponte, que já esteve com a dra. Maria várias vezes e ela foi taxativa “a dra Maria Tereza é maravilhosa, explica o que a gente tem e conversa bastante, muito diferente dos outros médicos” concluiu a paciente.

O Programa Mais Médicos faz parte de um pacto de melhoria do atendimento, e prevê mais investimentos em infraestrutura dos hospitais e unidades de saúde, além de levar mais médicos para regiões onde há escassez e ausência de profissionais, como é o caso de cidades como Miguel Pereira, Mendes, Levy Gasparian, etc... No início do Programa Federal Mais Médicos, diversas manifestações, individuais e coletivas foram feitas e organizadas. Projeto esse que visa a contratação de médicos estrangeiros para atuar no Brasil, além de, aumentar o investimento em infraestrutura com a construção de UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e a abertura de um maior número de vagas para medicina nas universidades. Apesar de 74% da população apoia-lo, uma minoria elitista afirma que não é necessária a efetivação do mesmo.

Grande parte dos Conselhos Regionais de medicina acredita que, o número de médicos brasileiros atual já supre a necessidade da população, sendo 1,8 médicos para cada mil habitantes. Mas esse índice se concentra nas capitais, enquanto que as demais áreas sofrem da carência de atendimento médico básico. De acordo com o IBGE, pelo menos 700 cidades brasileiras, principalmente do norte e nordeste não possuem se quer um médico, portanto, é notável que a contratação de médicos do exterior seja de suma importância para a saúde pública do país.

É importante destacar que, deste contingente de estrangeiros contratados a maioria vem de Cuba, país cuja expectativa de vida se aproxima dos 80 anos de idade e no qual sua medicina é reconhecida mundialmente. O Brasil pode caminhar a ter - em médio prazo – uma expectativa de vida que se assemelha a de Cuba, além de, adquirir uma saúde pública de qualidade e desafogar as filas do SUS, lotadas pela falta de atendimento preventivo.

 

Sendo assim, cabe ao Governo Federal garantir a inserção desses profissionais no mercado de trabalho brasileiro, com projetos de inclusão social, aperfeiçoamento do idioma português e incentivo econômico e cultural. E cabe aos médicos estrangeiros, em destaque aos cubanos, contribuir positivamente para a saúde pública brasileira. A medicina do país pode em parceria com a ajuda estrangeira, se tornar destaque e, suprir a necessidade básica da população carente do Brasil.