Miguel Pereira vai ganhar 22 km de Parque Municipal

O Parque Municipal Linear vai possuir uma extensão de 22,56 Km

 14/08/2015     Meio Ambiente      Edição 46
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O Parque Municipal Linear vai possuir, na primeira fase, uma extensão de 22,56 Km sendo seu percurso de Conrado a Governador Portela, com uma área total de 56,39 hectares de um total de 42 km do leito ferroviário da antiga RFFSA que passou para o domínio do Município através do convênio que o prefeito Cláudio Valente assinou com o DNIT do Governo Federal para Miguel Pereira. Sua importância ambiental é enorme, ela vai unir mais de 280 fragmentos de florestas no município de Miguel Pereira que hoje são áreas isoladas, cercadas por pastagens e aglomerados urbanos. Esse isolamento leva a degeneração da variabilidade genética da fauna e da flora, ou seja, é o cruzamento de "parentes" entre si. Com a criação do Parque Linear esses fragmentos serão unidos, alcançado uma conexão de 50 milhões de m² de floresta, aumentando o intercâmbio genético entre os grupos familiares.

Outro aspecto importante é que com a criação desta UC, as invasões serão contidas através do cercamento de toda sua extensão e onde houver necessidade, haverá restauração florestal, com plantio de espécies nativas da Mata Atlântica. Para isso a Secretaria de Meio Ambiente está buscando uma parceria para revitalizar o leito da via férrea. Segundo o secretário de Meio Ambiente, Cláudio Gor, "a intenção é criar um espaço verde, às margens da ferrovia, que será cercada e depois totalmente reflorestada. Essa medida visa não só ampliar a área verde protegida do município, o que vai gerar mais ICMS Verde, mas como também, impedirá futuras invasões, além de embelezar a margem da ferrovia". Segundo o Abílio Vilela, coordenador do ITPA - Instituto Terra de Preservação Ambiental, "o Instituto já se manifestou interessado nessa parceria para implementação de projetos de reflorestamento nas áreas de domínio do leito ferroviário devido a sua importância de conectividade dos fragmentos florestais do Município de Miguel Pereira e dos projetos de reflorestamentos já implantados, nosso sonho sempre foi a criação do Parque Municipal Linear da Jacutinga".

Por quê Jacutinga?

Existem duas explicações. A primeira é que o ramal de Jacutinga é o trecho ferroviário da Estrada de Ferro Central do Brasil que ligava Governador Portela - Vassouras - Valença - Santa Rita de Jacutinga, que foi inaugurada em 1918 e funcionou até 1972 quando foi erradicada. Outra razão é que a Jacutinga é uma ave que hoje figura na lista vermelha das espécies ameaçadas de extinção, ela é nativa da Mata Atlântica e tem como uma das principais funções, ser uma dispersora de sementes, ela é uma grande "plantadora" de florestas.

Os Parques lineares são áreas destinadas à conservação dos recursos naturais e da biodiversidade, tendo como principal característica a capacidade de mitigar os efeitos da fragmentação dos ecossistemas promovendo a ligação entre diferentes áreas, com o objetivo de proporcionar o deslocamento de animais, a dispersão de sementes, aumento da cobertura vegetal interligando estes fragmentos a outros elementos encontrados em uma paisagem, atuando como corredores ecológicos portanto, esta Unidade de Conservação (UC) consolida uma estratégia para amenizar os impactos das atividades humanas sob o meio ambiente e uma busca ao ordenamento da ocupação humana para a manutenção das funções ecológicas no mesmo território. Porém, neste tipo de parque têm-se a agregação de funções de uso humano, expressas principalmente por atividades de lazer, cultura e rotas de locomoção, como ciclovias, caminhos de pedestres e etc. Além disso, ajudam a evitar a ocupação humana irregular em áreas de proteção ambiental.

Os parques lineares podem atender a outros interesses, sendo por isso, classificados em cinco categorias gerais: 1. Como parte de programas de recuperação ambiental, geralmente ao longo de rios e lagos; 2. Como espaços recreacionais, geralmente ao longo de trilhas ou estradas abandonadas; 3. Como corredores ecológicos, ao longo de rios ou divisores de águas, que podem possibilitar a migração de espécies, estudo da natureza e caminhadas; 4. Como rotas cênicas ou históricas, ao longo de estradas, rodovias, rios e lagos; 5. Como redes de parques, baseada em formas naturais como vales ou pela união de parques lineares com outros espaços abertos, criando infraestruturas verdes alternativas.