Como se começa um "novo" lixão

Miguel Pereira já teve uma experiência vergonhosa, por mais de 30 anos

 06/05/2016     Meio Ambiente      Edição 84
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Há quatro anos, Miguel Pereira se livrava do pior cartão postal de sua história - o "lixão da serra"-, que durou mais de 30 anos. Em março de 2012, a Secretaria de Meio Ambiente concluía o Aterro Sanitário da cidade, e com isso foi possível o fechamento do "lixão da serra". Os catadores que lá viviam foram absorvidos pelo Programa de Coleta Seletiva, que foi estruturado para que o aterro pudesse começar a operar, uma vez que não interessava ao então governo, resolver um problema ambiental e criar um social.

O atual governo fechou o Aterro Sanitário de Miguel Pereira por ter chegado à sua capacidade máxima. Hoje, através de uma estação de transbordo que foi construída na área do Aterro Sanitário, o lixo do município segue para o Aterro Sanitário de Seropédica. Segundo especialistas "hoje é mais barato fazer o transbordo do que operar um aterro sanitário".

O "lixão" da Praça da Ponte funciona dentro do Parque Municipal

Há três anos, o antigo galpão onde funcionava o Programa de Coleta Seletiva de Miguel Pereira vinha sendo mal operado, uma vez que em todo programa de coleta seletiva, cerca de 10% a 15% são rejeitos que precisam ser retirados diariamente, o que não ocorria. Por causa do acumulo dos rejeitos, o local se tornou uma referência para o descarte de lixo, não só de Miguel Pereira como o de municípios vizinhos.

Com o incêndio no galpão da coleta seletiva, a Associação dos Catadores ficou sem sede, e  passou então a funcionar dentro do Ferro Velho do Wagner, situado entre o bairro da Praça da Bandeira e Guararapes.

O mais grave é que o "novo lixão" é no interior de uma Unidade de Conservação - UC- o Parque Municipal Natural Vereda Sertãozinho, que recebe ICMS Verde há mais de seis anos.

50 pontos de descarte de lixo

Apesar dos novos caminhões de coleta de lixo urbano alugados pela Secretaria de Meio Ambiente, a falta de atendimento da coleta de lixo adequada na cidade resulta na multiplicação dos pequenos depósitos de lixos nas vias públicas e em terrenos baldios, fato que se agrava com a falta do serviço de recolhimento de restos de poda de jardim, que deveria ser realizado pelo triturador de galhos, que foi comprado pela Secretaria de Meio Ambiente, por mais de 70 mil reais e batizado de "zé-do-galho".