Miguel Pereira sem drogas

Projeto propõe prevenção às drogas com orientações e diálogos entre os jovens e as famílias

 24/06/2016     Cotidiano   
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Drogas é um tema muito conhecido na sociedade e atinge a todos, independentemente da classe social. Atualmente a preocupação tem aumentado, pois o uso de drogas está maior e atingindo faixas etárias cada vez menores, assolando famílias de todo o mundo.

É notório o aumento de apreensões de drogas em nossa região, e são inúmeras as notícias nos jornais nos revelando o alto índice de criminalidade. Nem sempre as pessoas que saem nos jornais são desconhecidas, e infelizmente, muitas são próximas podendo ser um amigo, o filho de um conhecido, um parente ou até mesmo o seu filho.

Esta triste realidade está presente em nosso cotidiano. O próprio Escritório das Nações Unidas já declara no documento que universaliza as normas internacionais sobre prevenção do uso de drogas, que houve uma época em que a prevenção se limitava aos folhetos impressos que alertavam aos jovens sobre o perigo que as drogas causavam, com pouco ou nenhum impacto sobre o comportamento destes. Hoje, a ciência nos permite contar uma história diferente. Baseadas em evidências científicas, as estratégias de prevenção trabalhadas com famílias, escolas e comunidades podem garantir que crianças e jovens cresçam saudáveis e seguros até chegarem à vida adulta e à velhice. Para cada dólar gasto em prevenção, pelo menos dez podem ser economizados em custos futuros com saúde, programas sociais e ações contra o crime.

Percebendo esta situação e que a melhor política antidrogas, como já vimos, é a prevenção, criei um projeto que foi aprovado pela Câmara de Vereadores e hoje já é Lei, o Miguel Pereira Sem Drogas.

É um projeto de prevenção às drogas com a finalidade de convocar a cidade para a discussão do tema, envolvendo as escolas e as famílias. Quanto mais difundido o tema for, mais propriedade as famílias terão para lidar com o complexo mundo das drogas e, melhor do que isso, instruir nossos filhos e filhas a não usá-las.

Os dados estatísticos indicam que os indivíduos já na primeira infância (compreendida entre dois a cinco anos) até os 35 anos (fase em que, segundo os estudiosos, se matura a idade adulta), que recebem campanhas eficazes de prevenção ao uso de drogas têm a maior probabilidade de não se envolverem com elas.

Conheci a fundo esse tema entre o final do ano de 2009 e o início do ano de 2011, quando trabalhei na Clínica Ricardo Iberê, em Juparanã, distrito de Valença. Foi um período de muito aprendizado. De lá saí para trabalhar no gabinete do deputado estadual Edson Albertassi.

Ao ter contato com isso fiquei muito impactado ao ver o alto número de envolvidos e as consequências provocadas nos usuários e nas pessoas ao redor. As drogas causam um estado de vulnerabilidade em todos os atingidos, principalmente nas famílias, que se veem obrigadas a conviver com este problema.

O projeto das clínicas populares do Governo do Estado tinha uma proposta fantástica de recuperação de dependentes químicos, em que recebia os usuários que eram encaminhados pelo Estado e pelo CAP´S. Dentro da proposta era realizada a desintoxicação, a ressocialização com a família, e em 90 dias os participantes iam para suas casas. Infelizmente era frequente a solicitação de reinternação, o que levou o Estado a mudar a política de drogas tendendo à descentralização do atendimento para os municípios por meio doCAP´S, pela facilidade do dependente fazer o processo de recuperação mais perto da família.

Com esta nova política, o Governo do Estado, no 2º semestre de 2012, encerrou o programa das clínicas populares e fechou a Clínica de Juparanã e,pior, não pagou os colaboradores.

Um acontecimento muito triste que prejudicou além dos pacientes atendidos, os profissionais que trabalhavam por amor e dedicação, pois esses se decepcionaram e se revoltaram com o fechamento da clínica e principalmente por não terem recebido seus direitos trabalhistas.

Atualmente venho sofrido calúnias por parte da oposição, ligando o meu nome ao fechamento da clínica. É uma grande mentira, pois como posso comprovar me retirei da clínica em janeiro de 2011. E o projeto das clínicas populares foi interrompido pelo Governo do Estado no 2º semestre de 2012, ou seja, um ano e meio após a minha saída.

Em segundo lugar, o verdadeiro motivo da interrupção do projeto foi a mudança da política antidrogas do Estado, em que inclusive foi criada a Secretaria Antidrogas, uma proposta do Estado do Rio de Janeiro que hoje concentra forças no trabalho de prevenção às drogas.

Esta sim é a verdade! O resto é um conjunto de boatos e fofocas! Mas, como já dizia nosso saudoso Ulisses Guimarães, na política os boatos e as fofocas são sempre fatos, mas nós, pessoas de bem, só devemos acreditar nos fatos depois deles estarem consumados.

Talles Barreiros é vereador licenciado e presidente do PMDB de Miguel Pereira