Campeão de votos, o candidato mais votado para vereador, o fenômeno nas eleições de 2016,

"Cléber do Taxi", conversa como foi chegar até aqui

 04/11/2016     Política Municipal      Edição 110
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Campeão de votos, o candidato mais votado para vereador, um fenômeno nas eleições de 2016, "Cléber do Taxi", conversa como foi chegar até aqui, suas expectativas, desejos e os sonhos de um mandato que começa dia 1º de janeiro de 2017. Cortejado por praticamente todos os candidatos a prefeito, Cléber tinha uma ligação antiga com o vice-prefeito eleito Pedro Paulo Quinzinho, e por isso a sua opção em seguir apoiando André Português. Depois de ter ajudado muitos candidatos a se elegerem, a veia política de Cléber falou mais alto e tentou o "voo solo". Cléber reuniu seu grupo de amigos mais chegados e juntos, decidiram ampliar essa força política. O resultado final a gente já viu; 713 votos.

1. Cleber, essa foi a sua primeira eleição e é a primeira vez que a Praça da Ponte faz o candidato mais votado. Qual a sua receita para ser um campeão de votos? 

Essa foi minha a primeira eleição. Fico contente que a Praça da Ponte volte à Câmara de Vereadores depois de tanto tempo sem lá ter representantes, e agora, não só elegendo um vereador, mas fazendo dele o mais votado. A minha responsabilidade, que já era grande, ficou ainda maior. Você não consegue essa votação do dia para a noite. Foram 15 anos de trabalho, vendo, ouvindo e aprendendo. Eu não conseguiria sozinho, foram muitos, muitos amigos fiéis, de palavra, e sem eles não teria chegado a lugar nenhum. Uma vez fiz uma reunião na Praça da Ponte só para os coordenadores e pude ver como a campanha tinha ganho corpo. Eram 93 coordenadores e sem me pedirem nada, absolutamente nada. Ali estava todo meu grupo, os mais antigos, que me acompanham há muito tempo e os amigos mais novos que chegaram, como é o caso da Sandrinha, quando fizemos uma base na casa dela todos os dias, parando completamente a sua vida . Na verdade, eu só aceitei o convite para ser candidato, porque essas pessoas resolveram abraçar a causa comigo. Deus está no controle, está em primeiro lugar. Nunca peguei o microfone para falar mal de ninguém, e foi essa a linha que escolhemos.

2. Como você vê a Câmara de Vereadores hoje?

Se nós tivermos um grupo de amigos que estejam voltados para o crescimento da cidade, a Câmara hoje pode ser um grande instrumento de transformação econômica, política e social que toda a cidade almeja.

3. O presidente deve ser o vereador Domi?

Ainda estamos em negociação, ainda está indefinido, mas já tivemos alguns contatos e conversas.  Eu acho que em breve a gente vai ter uma definição.

4. Cléber, com sua experiência de mais de 20 anos de taxi, você tem muito a contribuir com a classe dos taxistas, como você vê isso?

Acho que minha classe merece mais carinho e respeito pelo serviço que presta à sociedade e aos turistas. Até compras eu faço e levo para meus clientes sem cobrar nada a mais por isso, e eu não sou o único a fazer isso. A gente quer dar sempre o melhor para a cidade. Minha classe é uma das prioridades.

5. Qual é a maior demanda da classe dos taxistas hoje ao Prefeito?

Hoje, a maior demanda da classe dos taxistas é a conservação das ruas e estradas. Hoje, graças ao empenho de toda a classe, cerca de 90% da frota de taxis são de carros "zero" km, é muito duro colocar um carro zero nessas estradas; a gente sofre muito com essas estradas. Torço também para que tenhamos uma estrutura bacana no Turismo para atender as colônias, hotéis, pousadas e restaurantes...

6. Foi bom você tocar nesse assunto, e por falar em Turismo, como você vê o Trem Turístico de Miguel Pereira, o único no Estado do Rio de Janeiro?

Uns são a favor e outros contra, mas eu acho que o trem seria uma grande e boa opção para os turistas que vêm conhecer a cidade. Eu acho válido sim.

7. Existem pessoas que possuem a licença de taxista, mas não exercem a atividade. Como você vê esse problema?

A gente respeita, mas não concorda; eu entendo que isso deveria acontecer da seguinte maneira... já que temos esse benefício da Receita Federal e da Receita Estadual, que nos dá um pequeno desconto, mas que nos ajuda, acho que por isso, essa licença deveria ser usada apenas para o trabalho e a classe ajuda muito ao desemprego. Se tem licença, tem que trabalhar.

8. Vereador, você acha que o Programa do Asfalto Municipal deve continuar?

Sim, com certeza. O asfalto deve continuar por mais 4, 8 anos, enquanto for necessário para zerar as vias de terra. Ele tem que estar lá a todo vapor. Eu sei o que é ter um carro "zero" km e ter que colocar o carro nessas estradas horrorosas, eu senti isso na pele.

9. O que você espera da Saúde Municipal?

Senti ao longo da campanha o quanto nós somos precários na Saúde. A gente confia muito na gestão do André Português, e muita gente hoje aposta na mudança da Saúde na nossa cidade. O André Português é um cara voltado para a Saúde, e é muito bem relacionado nessa área. Eu pude perceber que muitas vezes as pessoas precisam de coisas simples que nossa cidade poderia ter e não tem, fazendo com que elas tenham que buscar fora. E muitas vezes o André ajudava sem saber quem eram, e isso é legal, e ele usava suas influências para resolver os problemas das pessoas.

10. O André Português vai assumir a Secretaria de Saúde?

O ponto de partida do André é a Saúde, e no começo, ele vai assumir a Secretaria.  Disse que é uma área em que ele quer estar perto, acompanhando todos os detalhes para que  possa cumprir tudo aquilo a que ele se comprometeu na campanha. Vai ser o ponto forte do governo dele, pode ter certeza, e ele não abre mão disso. Ele é um homem de palavra.

11. O André ajudou você?

O André teve 88 candidatos e não priorizou ninguém. Ele deu oportunidade para todos e atendeu todo mundo na hora que precisaram. Eu tive 713 votos sem um tostão. A Praça da Ponte sentiu a necessidade de ter um representante, e tenho orgulho em dizer que eu saí da Praça da Ponte eleito. Só ali, eu obtive mais de 400 votos.

12. Essa votação expressiva faz você sonhar com voos mais altos ou você pretende ficar apenas como vereador?

Claro que penso em ir mais longe, mas no momento acho que tenho que me fortalecer mais. Sei que hoje eu tenho duas pessoas pelas quais eu tenho um carinho enorme e grande respeito, que são o André e o Pedro Paulo, que merece o meu maior respeito. Ele já é meu amigo há anos, e muito antes de conhecer o André. Essas duas pessoas estão na minha frente politicamente. Pedro Paulo me ajudou a ajudar muita gente só por ser meu amigo. Então, quando ele disse que viria para a política, eu disse que estaria junto com ele, e dei a minha palavra. Tanto é que quando eu ia conversar com outros candidatos, eu fazia questão dele estar junto; para mim, era um ato de fidelidade. Pedro Paulo foi um amigo que sempre acreditou em mim, e quero ser fiel a ele, com minha palavra e minha postura. Hoje, eu não faria algo que não fosse de comum acordo com os dois. Eu estarei sempre junto com os dois, a menos que eles não me queiram...

13. Você foi um candidato muito visado, muito comentado até por conta das dezenas de carros adesivados. Você teve problemas com o TRE?

Pois é; no dia da eleição eu fiquei no CIEP cumprimentando meus amigos, e aí, dois fiscais do TRE chegaram para averiguar uma denúncia de compra de votos. Eu mostrei meus bolsos e minha carteira, e não tinha uma pratinha, uma moeda e nenhum santinho. Os fiscais cumpriram a obrigação e foram embora. E sobre os adesivos, tive muitos, tive dezenas deles, mas perdi alguns para candidatos que tinham o que dar em troca, eu não tinha, mas nesse caso pude ver os que estavam realmente comigo e os outros, posso até não ter perdido o voto, mas ficou a dúvida.