Jornalista Audálio Dantas
Audálio trouxe essa pobreza e a questão social para a imprensa brasileira
16/06/2018
Obituário
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Audálio Dantas nos deixou, mas seu legado está escrito na
história. É um legado para todos nós da imprensa que desejamos exercer um
jornalismo sério.
Ele mesmo destaca duas histórias: a primeira como
repórter, quando ele descobriu
uma escritora que virou Best-seller. Favelada,
negra, neta de escravos e filha de pais analfabetos, Maria
Carolina de Jesus trabalhava como catadora de papelão para sustentar seus filhos na
favela paulistana do Canindé. Carolina escreveu 4 livros que
foram publicados em mais de 25 países ao redor do mundo, com mais de 1 milhão
de livros vendidos.
Audálio trouxe essa pobreza e a questão social para a imprensa brasileira,
que considerava que até a favela era problema, atrapalhava a paisagem. Ele sempre
manteve essa visão de quem se importa, de quem enxerga o país como uma nação
dividida, com herança escravocrata, um país que tem uma dívida com a maioria de
sua população.
O segundo episódio foi quando o jornalista Vladimir Herzog foi assassinado.
Ele era presidente do Sindicato dos Jornalistas e, ele conduziu de tal maneira
que, 4 anos depois, foi editada a Lei da Anistia e, 10 anos depois, o movimento
das Diretas Já, acabando com a ditadura. Defensor da liberdade. Audálio
Presente! Audálio Vive.