De malas cheias e de corações vazios!

Não amamos o que fazemos!

 15/06/2018     Espiritualidade      Edição 194
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Quando somos ambiciosos manifesta-se a insensibilidade, a aridez, a falta de criatividade, porque não amamos o que fazemos! Queremos ganhar um dinheirão sendo políticos, escrevendo livros, etc.; e portanto, ficamos de bolsos cheios, de algibeiras cheias, de malas cheias, e de corações vazios - ficamos insensíveis porque só na ausência do "eu" há Renovação, Criação, e o Amor que não pode ser pensado! Porém, muitos falsos educadores, jornalistas investigativos e as elites políticas acham importante a ambição, a expansão do "eu", a identificação do "eu" com o que é maior, com a pátria, com o nacionalismo, com o time de futebol, com as organizações religiosas! Assim, se nutrimos o "eu" com essas coisas não pode haver inteligência - o que existe é auto suborno! A inteligência não existe só porque passamos nos exames universitários! Saber escrever corretamente não significa ser inteligente ou criativo! O analfabeto pode ser muito mais inteligente! Com a inteligência o veneno do nacionalismo e suas misérias desaparecerão! Com a inteligência, com a desprogramação, também desaparecerá o patriotismo que é outra forma de estupidez!

O "eu" é programado, vazio, faminto, mau, insuficiente, pobre, e por isso é possessivo: possui, domina, governa e protege a mulher; faz da mulher o que quiser; possui a mulher sexualmente e a domina exteriormente; busca a segurança psicológica, o conforto psicológico, na propriedade, na mulher, nos filhos; é impiedoso e cruel no comércio; explora o próximo, faz com que o próximo morra de fome, suga-lhe o sangue; os filhos são importantes para o "eu", não por eles próprios, mas por causa da continuidade do "eu", do nome, da casta, da classe, da nacionalidade, da pátria, da tradição; quer ser um magnata da indústria, um político influente, e ao mesmo tempo compassivo, religioso; procede cruelmente na vida cotidiana, nos negócios, e por outro lado procura ser terno, meigo, bondoso; quer ser rico, ambicioso, e ao mesmo tempo amorável e carinhoso no lar - tanto os Estados como os indivíduos, que são exteriormente ricos, também são interiormente pobres! - É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus!?

Portanto, só somos interiormente ricos quando nos contentamos com pouco, com o satisfazer as necessidades da vida! Só quando não utilizamos as pessoas para sustentar e nutrir o "eu", há Amor, Sensibilidade, Criação, e não há exploração, pois é o desejo, que todos temos, de ter coisas além do necessário que cria os constantes desiquilíbrios econômicos! Só quando nos transformamos interiormente também transformamos o mundo! Só o Amor que não pode ser pensado e a Visão Intuitiva podem desprogramar o eu?!