Depois de 7 meses rampa do parapente é reaberta

Depois de 22 anos como ponto turístico, a rampa do parapente de Miguel Pereira ficou fechada para acesso de veículos por cerca de de 7 meses. O fechamento gerou imensos problemas

 17/05/2019     Regional Sports      Edição 242
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Depois de 22 anos como ponto turístico, a rampa do parapente de Miguel Pereira ficou fechada para acesso de veículos por cerca de de 7 meses. O fechamento se deu porque a área de acesso à rampa trocou de proprietário.

"Por isso, percebemos a significativa diminuição de pilotos voando sobre a cidade e a completa ausência de turistas no local", disse um dos frequentadores assíduos do ponto turístico. 1 km de subida é puxado, e para os pilotos é mais penoso ainda, uma vez que eles levam cerca de 20 kg de equipamentos nas costas, o que faz a maioria desistir de saltar por aqui.

Até os pilotos que vinham com frequência desistiram diante dos problemas de acesso. Para André, "O visual é fantástico para o piloto assim como é para os frequentadores dos bares, restaurantes e comércio em geral. A população tem o privilégio de observar os parapentes sobrevoando o município desde a decolagem".

Além do mais, os pilotos que vêm de fora gostam da história do Vale do Café e da época do Império no Brasil. Buscam casarões, fazendas, senzalas e suntuosas arquiteturas; buscam o riquíssimo patrimônio histórico e cultural que vinha sendo visitado e explorado pelos visitantes.

O primeiro voo

O primeiro registro de voo de parapente que se tem notícias foi em 1997, quando um piloto de São Conrado chamado Odilon andava desbravando rampas pelo estado e conhecia alguém em Miguel Pereira que o convidou para conhecer a cidade. Ele decolou e voou.

Entretanto, a rampa só decolou mesmo em 2012, quando foi montada a Escola de Voo Livre pelo piloto e instrutor de voo Carlos Henrique Carvalho - Carlão, aliás um dos requisitos facilitadores para a homologação da rampa junto a ANAC.

Os problemas de acesso estavam levando os pilotos a abrirem novas rampas de salto em outros municípios, como Paty do Alferes, que já tem dois locais muito bem encaminhados, um em Palmares, que inclusive já virou mirante de Paty, e o outro dentro do Hotel Fazenda Mangalarga, com cerca de 300 anos, que ainda carece de aprovação do proprietário, disse um dos pilotos da cidade.

A rampa de Miguel Pereira

A rampa de Miguel Pereira tem peculiaridades muito particulares. É uma das únicas onde o salto é dado para dentro da cidade, e isso faz toda a diferença. O acesso é pelo centro da cidade, cerca de 5 km do centro, e grande parte da subida é de ruas calçadas, outra parte do trecho em estrada de terra bem conservada. Qualquer carro que chegava até a rampa já podia desfrutar do imenso visual da cidade toda.

Rampa reconhecida pela ABP e CBVL

A rampa de Miguel Pereira já é reconhecida pelas duas principais entidades de voo no Brasil: a ABP - Associação Brasileira de Parapente e a CBVL - Confederação Brasileira de Voo Livre e o processo de homologação e a obtenção do NOTAM (Notice of Air Man), emitida pela ANAC, estavam bem adiantados, até que o acesso foi bloqueado, afastando pilotos, moradores, veranistas e turistas dos hotéis da região.

A rampa da cidade está a uma altitude de 953 m, um desnível de 355 m, no quadrante NE, N, NW nas seguintes coordenadas: 22° 28' 13.44"S 43° 27' 50.76"W. Na verdade, são duas rampas, ambas naturais, uma NW/N e outra N, NE, ambas de frente para a cidade. Uma nova no quadrante SW/S estava sendo preparada, mas... isso é assunto para outra matéria.

Segundo alguns pilotos, os pontos fortes do voo em Miguel Pereira são os voos de lift e térmicas, com possibilidade de XC. O pouso oficial é na área da Queijaria Judith, pois seu proprietário, coronel Victor, gentilmente cedeu a área para os praticantes do voo livre.

Boas notícias para o turismo da cidade!

No fechamento dessa edição, chegou uma informação através de alguns pilotos que nesta terça-feira, 14/5, o acesso aos carros foi novamente liberado. Ao que consta, o prefeito André Português envidou esforços junto ao proprietário do acesso para que isto acontecesse. Com isso, os visitantes e moradores de Miguel Pereira poderão subir com seus veículos e contemplar as maravilhas desta cidade lá do alto novamente.