Depressão: vamos falar sobre isso?
São nove os critérios para identificar a depressão, sendo eles...
06/09/2019
Luta sindical
Edição 258
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O Brasil é considerado o país mais ansioso e
estressado da América Latina. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nos
últimos dez anos o número de pessoas com depressão aumentou 18,4%,
isso corresponde a 322 milhões de indivíduos, ou 4,4% da população da Terra.
O diagnóstico da depressão é complexo, pois leva em
conta uma série de sintomas que podem estar associados também a outras
patologias. A Classificação
Internacional das Doenças (CID-10) faz uma diferenciação entre
"episódios depressivos" e "transtorno depressivo
recorrente", sendo que o que distingue ambos é o tempo e a frequência com
que ocorrem. Os sintomas principais das referidas formas de depressão são
alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda de interesse,
diminuição da capacidade de concentração, fadiga acentuada, problemas de sono e
diminuição de apetite. Também são frequentes a diminuição da autoestima e
autoconfiança e ideias de culpabilidade e/ou indignidade. Além disso, o número
e a gravidade de tais sintomas determinam três níveis de episódio e transtorno
depressivos: leve, moderado e grave.
O Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), outro
instrumento de referência para diagnósticos, coloca nove critérios para
identificar a depressão, sendo eles: estado deprimido a maior parte do tempo,
anedonia, sensação de culpa ou inutilidade excessivas, dificuldade de
concentração, fadiga, distúrbios do sono, agitação ou lentificação psicomotora,
aumento ou redução significativa de peso e ideias recorrentes de morte e
suicídio. De acordo com o número de sintomas, o quadro pode ser classificado em
três grupos: "depressão menor" (com a apresentação de dois a quatro
sintomas por duas ou mais semanas, incluindo estado deprimido ou anedonia);
"distimia" (de três a quatro sintomas, incluindo estado deprimido,
durante duas semanas, no mínimo) e "depressão maior" (com cinco ou
mais sintomas por duas semanas ou mais, incluindo estado deprimido ou
anedonia).
Esta complexidade do diagnóstico faz com que as
diversas manifestações da depressão muitas vezes se confundam com expressões de
depressão não clínicas ou mesmo com estados corriqueiros de tristeza. Mesmo os
critérios acima arrolados, constantes no DSM-IV, trazem imprecisões. Isto torna
ainda mais premente a necessidade de não se confundir, ainda, o diagnóstico da
depressão com a manifestação do sentimento de tristeza, este que acompanha o
ser humano em diversos momentos de sua existência.
A depressão é uma doença, sim, uma doença, não uma
frescura ou uma desculpa. É preciso um olhar mais humanizado das pessoas
próximas. O sentir é único, o que parece muito para o outro, pode parecer pouco
para nós. Levando o indivíduo ao especialista, ele poderá ser diagnosticado e
tratado.
O ser humano luta contra ele mesmo todos os dias,
com as diversas questões que o mundo nos traz. Somos fluxos de vivências que estão
em constante evolução, dia pós dia, e assim, às vezes, nos afastamos da nossa
essência, criando uma dúvida em nossa existência. O psicólogo irá te propor
novos olhares, reflexões, para que ocorra um retorno ao seu eu,
resgatando suas potencialidades, trazendo-lhe ao encontro do primeiro amor: o
próprio. Enfatizando: o psicólogo não anda à frente nem atrás de seu paciente,
e sim ao lado para que ocorra a melhora em suas questões.
Pessoas qualificadas, com boa vontade e amor ao
próximo estão se juntando em prol das pessoas com depressão na nossa região. Aguardem,
um belo trabalho de resgate está surgindo.