10 anos do Instituto Federal de Paulo de Frontin formando empreendedores digitais

Mercado de games no Brasil é um mundo de oportunidades. No Instituto Federal, estudantes viram empresários.

 21/02/2020     Ensino Técnico      Edição 282
Compartilhe:       

Instituto Federal de Educação do Rio de Janeiro, campus de Paulo de Frontin, completou 10 anos transformando jovens em empreendedores de um dos setores que mais cresce no Brasil e no mundo, o de games.

 

O mercado mundial de games

 

O mercado mundial de games gerou US$ 152 bilhões em receitas no último ano, afirma a pesquisa da consultoria Newzoo. O destaque fica para games em dispositivos móveis, como celulares e tablets, que geram receita de US$ 68,5 bilhões para desenvolvedores e outros players deste mercado. A Newzoo ressalta que o ritmo de crescimento dos games mobile está acelerado em relação a jogos em computadores, que devem perder espaço até 2022 - consoles, por sua vez, devem permanecer estáveis. Para se ter ideia, a previsão é de que haja queda nas receitas em games para PC de 15% em uma comparação ano a ano.

 

Mercado de games no Brasil é um mundo de oportunidades

 

Com 3,4 milhões de usuários, o segmento ainda é pouco utilizado pelas marcas. Nosso país é o quarto no mundo em consumo de tecnologia, perdendo apenas para Estados Unidos, Japão e China, e o principal na América Latina. O país movimenta mais de US$ 1,8 bilhão ao ano. São pessoas que se divertem jogando, mas também podem ganhar muito dinheiro, pois é um hobby que vem se transformando em coisa séria já cedo.

 

No Instituto Federal, estudantes viram empresários

 

É esse o foco que o Instituto Federal de Educação de Paulo de Frontin está trabalhando. A instituição possui apenas duas unidades no Brasil especializadas em games digitais: uma é no Mato Grosso e a outra é a de Paulo de Frontin, que em 2020 já conta com mais de 500 alunos. Além disso, o campus oferece também Curso Técnico em Informática para Internet integrado ao ensino médio com duração de três anos (seis semestres) para os estudantes que concluíram o ensino fundamental.

Em seguida, oferece o Curso Superior de Tecnologia em Jogos Digitais, que, por ser um curso superior, tem duração de três anos (seis semestres) e o ingressante necessita ter o ensino médio completo. E por último, também promove Pós-Graduação em Gestão de Projetos e Negócios da Informação, que tem como pré-requisito o diploma de graduação em tecnologia reconhecido pelo MEC e tem duração de um ano e seis meses.

 

Curso Técnico em Informática

 

O Curso Técnico em Informática para Internet é integrado ao segundo grau e o aluno sai apto a desenvolver sistemas para web e desenvolver e realizar manutenção em sites e portais de internet e intranet.

 

Curso Superior de Tecnologia em Jogos Digitais

 

O aluno que concluir o Curso Superior de Tecnologia em Jogos Digitais está apto a atuar no segmento de entretenimento digital, podendo desenvolver jogos de simulação 2D e 3D, criar jogos digitais, incluindo redes e dispositivos móveis (smartphones), e trabalhar no desenvolvimento e na gestão de projetos de sistemas de entretenimento digital interativo, principalmente na modelagem de personagens virtuais.

 

Jovens empresários

 

O campus de Paulo de Frontin atende à região Centro-Sul do estado, que tem mais de 243 mil habitantes e 40.458 alunos apenas da rede pública, e vem transformando a vida de jovens em situação de vulnerabilidade, dando uma nova perspectiva de vida às famílias da região. Na comemoração dos 10 anos, ex-alunos falaram da experiência que adquiriam no campus; uns viraram empresários e outros se preparam para a vida acadêmica.

 

O aluno do Instituto agora faz parte do gigante Google

 

Esse é o caso do aluno que veio de Piabetá - Magé, Jean Manhães. A paixão pela informática o trouxe de Magé para Paulo de Frontin para o Curso Técnico e em seguida para a faculdade em Jogos Digitais e Internet. "Fiz o Curso Técnico e usei o Enem para entrar na faculdade de Jogos Digitais, que termina em julho/20". Hoje sua startup, empresa criada por Jean e uma colega do IF e que está incubada no Instituto Federal, é membro do Google Startup por causa do jogo digital que desenvolveu sobre o autismo para pais e profissionais que lidam com o autista. "Não foi fácil, foi um longo caminho de pesquisa, fizemos uma plataforma para atender ao autismo e está dando certo", disse Jean.

 

No Instituto Federal, estudantes viram empresários

 

"O aluno entra no Instituto Federal e já sai com uma profissão e todo o ensino médio concluído. Ele tanto pode ingressar no mercado de trabalho, quanto buscar uma vaga nas universidades de todo Brasil. Nossos alunos já criaram 14 empresas, que estão incubadas aqui no campus, para comercializar os games que criaram e/ou prestar serviços de informática", disse o diretor-geral Ricardo Kneipp.

"Aqui no IF de Paulo de Frontin o aluno pode iniciar sua vida acadêmica em um dos cursos técnicos, concluir a graduação e ir até a pós-graduação no mesmo lugar, em uma instituição federal, de qualidade e completamente gratuito", disse o reitor Rafael Almada.