Visconde e 1º Barão de Ipiabas - Peregrino José de América (ou D'américa) Pinheiro
Peregrino nasceu em Paty do Alferes no dia 21 de julho de 1811. Foi comendador e coronel da Guarda Nacional, sendo também agraciado com as insígnias das Ordens de Cristo e da Rosa.
17/04/2020
Historiador Sebastião Deister
Edição 290
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Peregrino
foi titulado visconde com Honras de Grandeza por Decreto Imperial de 17 de
junho de 1882, após ter sido laureado como 1º barão de Ipiabas por Decreto
expedido em 30 de novembro de 1866.
A designação Ipiabas refere-se a uma povoação do mesmo
nome localizada em terras do Sul Fluminense, nas proximidades de Barra do
Piraí.
Peregrino
nasceu em Paty do Alferes no dia 21 de julho de 1811. Foi comendador e coronel
da Guarda Nacional, sendo também agraciado com as insígnias das Ordens de
Cristo e da Rosa, além de ser Moço Fidalgo com Exercício na Casa Imperial. Era
filho de João Pinheiro de Souza e de D. Isabel Maria da Visitação Werneck, ele
um Capitão Reformado da 2ª Linha da Guarda Nacional, nascido em Sacra Família
do Caminho Novo do Tinguá em 3 de março de 1787, e ela nascida em 20 de
fevereiro de 1785 na Fazenda de Nossa Senhora da Piedade de Vera Cruz, na
Freguesia de Paty do Alferes, sendo a nona filha Inácio de Souza Werneck. O
visconde de Ipiabas, portanto, também vinha a ser neto de Inácio e o 23º na
linha direta de sua sucessão. Casou-se no dia 4 de fevereiro de 1841 com sua
prima-irmã Ana Isabel Werneck, nascida em 19 de janeiro de 1778, filha de
Francisco das Chagas Werneck (o 6º filho de Inácio) e de D. Ana Joaquina de São
José.
Em 5 de
janeiro de 1837 - quando contava apenas 25 anos - Peregrino alistou-se nas
fileiras da Guarda Nacional, logo sendo promovido ao posto de capitão da cavalaria
do 1º Corpo da Legião de Valença, e quatro anos depois (em 23 de novembro de
1841) alçado à patente de major da Guarda Nacional. Fadado a uma carreira
militar brilhante, Peregrino recebeu sucessivas promoções e honrarias, a saber:
19 de outubro de 1842
Recebe o
título de Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa.
11 de novembro de 1848
É
condecorado como Cavaleiro da Imperial Ordem de Cristo.
16 de maio de 1849
É elevado
ao posto de Coronel Chefe da 8ª Legião da Guarda Nacional de Valença.
10 de janeiro de 1851
É
condecorado pelo Imperador D. Pedro II com o Grau de Oficial da Ordem da Rosa.
9 de julho de 1852
É nomeado
Comandante Superior da Guarda Nacional, com direitos de comando em Valença e
Paraíba do Sul.
27 de março de 1855
É
condecorado pelo Império com o título de Comendador da Ordem da Rosa.
30 de novembro de 1866
É
titulado pelo Imperador como 1º barão de Ipiabas.
3 de abril de 1867
Recebe do
Império o título de barão de Ipiabas com Honras de Grandeza.
29 de outubro de 1873
É nomeado
Comendador da Ordem de Cristo.
17 de junho de 1882
Recebe o
título de visconde de Ipiabas com Honras de Grandeza.
Peregrino
ainda se tornou Membro do Instituto de Agricultura Fluminense, Juiz do
Município de Valença, Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Valença e
Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, além de contribuir com
elevada soma de dinheiro para a criação do Corpo do Exército do Brasil que
lutou na Guerra do Paraguai. Extremamente religioso, colaborou para a
restauração, e mesmo conclusão, de várias igrejas localizadas na área de
Valença, tendo sido um dos responsáveis diretos pela construção da matriz da
Vila de Comércio (atual Sebastião de Lacerda), dedicada a Nossa senhora de
Santana e erguida em 1876. Nas proximidades da igreja, localiza-se a bela
Fazenda Guaritá, um dos orgulhos do visconde de Ipiabas, hoje totalmente
restaurada e aberta ao público.
O
visconde faleceu na Fazenda Oriente - uma de suas mais belas propriedades em
Valença, próxima à estação ferroviária de Comércio - em 8 de julho de 1882,
poucos dias antes de completar 71 anos. A viscondessa morreu na mesma fazenda
em 16 de novembro de 1892, sendo ambos sepultados no cemitério Riachuelo, na
cidade de Valença.
O
visconde gerou 15 filhos, assim batizados:
Epifânio
Ana
Peregrina (casada com o barão de Potengi)
Isabel
Francisca
(casada com o barão de Almeida Ramos)
Cândida
Peregrina
Francisco
(laureado com o título de 2° barão de Ipiabas). Deste, o primogênito
Arnaldo deixou grande descendência em Paty do
Alferes, e vários de seus membros ainda residem naquela cidade.
Carolina (casada com o 2° barão de Palmeiras)
Maria
Peregrina (casada com o barão d'Aliança)
João
Rita
Peregrina
Guilhermina
Peregrina
Emília
Peregrina
Amélia
Maria
Minervina
BRASÃO DE ARMAS: Em campo azul um pinheiro de ouro, com raízes de
prata entre dez besantes de ouro, em duas palas, e uma orla de prata. Brasão
passado em 14 de setembro de 1867, registrado no Cartório da Nobreza, livro VI,
fls.91.