Venda de cimento tem "crescimento chinês" na pandemia

Em Miguel Pereira a alta foi superior a 30%. A região Sudeste teve alta de 5% no mesmo mês na comparação anual

 14/08/2020     Economia municipal      Edição 305
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As vendas de cimento em julho repetiram o excelente desempenho de junho: alcançaram 5,9 milhões de toneladas, o que significa um crescimento de 19% em relação a julho de 2019, de acordo com dados do Sindicato Nacional das Indústrias do Cimento. No acumulado do ano (de janeiro a julho), as vendas cresceram 6,5% ante o mesmo período do ano passado. 

O resultado excelente é uma consequência direta da pandemia: 80% das vendas foram para a chamada autoconstrução residencial e comercial e a continuidade de obras do setor imobiliário. Ou seja, as pessoas na quarentena aproveitaram para reformar suas casas, escritórios e pontos comerciais.

Já o percentual de cimento vendido para grandes obras estruturantes (e geradoras de emprego) foi mínimo. Apesar do crescimento, o setor ainda contabiliza uma defasagem de cerca de 23% no volume de vendas em relação a 2014, melhor ano da história recente da indústria de cimento.

 

Miguel Pereira

 

O "crescimento chinês" também ocorreu em Miguel Pereira. Segundo o empresário Ricardo da RW, loja de varejo de material de construção e Liga Forte, concreto usinado, "O crescimento foi absurdo! A pandemia obrigou as pessoas a ficarem em casa e muitos aproveitaram a oportunidade para colocar em dia a obrinha que sempre ficava para depois. As pessoas levam o cimento de todo jeito: é um saco, dois sacos, levam na moto, na bicicleta... Saiu muito cimento, não estávamos dando conta de atender. Realmente, aumentou muito a procura, principalmente para as pequenas reformas, e aumentou muito o consumo de todos os produtos, a indústria não está dando conta de entregar. Além do cimento, estamos com dificuldade de receber até tijolos. A sorte é que as grandes obras estão paradas e por isso a indústria ainda está dando conta de nos atender. Mas já, já, vai faltar até ferro, vergalhão... a China entrou novamente comprando aço para o mercado interno chinês", concluiu o empresário.