2º Barão (e Visconde) de Entre Rios - Antônio Barroso Pereira (Filho)

Foi titulado em 28 de agosto de 1877 como barão e elevado a visconde em 17 de fevereiro de 1883, tomando o título do pai, de quem era homônimo

 10/07/2020     Historiador Sebastião Deister      Edição 300
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Titulado em 28 de agosto de 1877 como barão e elevado a visconde em 17 de fevereiro de 1883, tomando o título do pai, de quem era homônimo. Nasceu em Sebollas (provavelmente no ano de 1820), e faleceu em 27 de janeiro de 1906 na sua querida Fazenda São Lourenço, em Três Rios, por ele construída em terras da fazenda Cachoeira, sendo levado para a capela de Nossa Senhora da Piedade, na Cantagalo, onde já repousavam seus pais.

Chefe de importante família de Entre-Rios, o visconde legou como herança ótimas propriedades, fazendas e bens, tais como um grande prédio de residência na Rua do Imperador, em Petrópolis e um belo casarão no Rio de Janeiro à antiga Rua Direita (hoje 1º de Março), além de 407 escravos e diversas casas em Paraíba do Sul e São João d'El Rei (MG). Deixou, ainda, diversos títulos a receber no Banco do Brasil no valor de Rs. 200:000$000 (duzentos contos de réis) e mais Rs. 224:513$000 (duzentos e vinte e quatro contos e 513 mil réis) em depósitos, enquanto em outras casas bancárias seu saldo alcançava mais Rs. 100:000$000 (cem contos de réis). O total de seu patrimônio foi avaliado, à época, em extraordinários Rs. 1.569:303$468 (hum mil, quinhentos e sessenta nove contos, trezentos e três mil e quatrocentos e sessenta e oito réis), uma das maiores fortunas acumuladas no século XIX.

Da irmã Mariana Claudina Barroso Pereira, viscondessa do Rio Novo, recebeu a fazenda Boa União, visto que ela decidira residir na fazenda de Cantagalo com a mãe. Entretanto, o 2º barão não permaneceu muito tempo nessa propriedade, preferindo repassá-la para o Dr. Randolfo Augusto de Oliveira Pena, médico nascido em 1834 em Paraíba do Sul, cidade em que exerceu sua profissão por vários anos, tendo ali falecido em 1915.

Antônio casou-se com Mariana Cândida Pereira Bello, filha do Coronel José Ricardo de Oliveira Bello e de D. Mariana de Andrade Bello, a prima-irmã do duque de Caxias, pelo lado paterno, e sobrinha do barão de Piabanha (Hilário Joaquim de Andrade) pelo lado materno. Maria Cândida faleceu em 1876, antes de o marido ser titulado barão, sendo também sepultada no jazigo da família na capela da fazenda Cantagalo, único prédio que resta da grande propriedade dos Barroso em Três Rios que ainda pode ser visto da estrada quando se alcança a entrada da cidade. Registre-se que a grande capela, alcançada por uma bela alameda de acácias que partia da porta da fazenda, foi construída por ordem da esposa Mariana Cândida.

 

Antônio e Mariana geraram a seguinte prole:

 

01. JOSINA BARROSO PEREIRA - Casada com o Capitão José Pedro Guimarães.

 

02. ANTÔNIO BARROSO PEREIRA (NETO) - Descendentes desconhecidos

 

03. CAROLINA AUGUSTA BARROSO PEREIRA - Casada aos 15 anos de idade com o Dr. Randolfo Augusto de Oliveira Pena, filho de João Fernandes de Oliveira Pena e de Guilhermina Theodolina da Silva Canedo

Randolfo era parente do marquês do Paraná (Honório Hermeto Carneiro Leão), cunhado de Afonso Pena (Afonso Augusto Moreira Pena, Presidente do Brasil entre 1906 e 1909) e irmão do senador Feliciano Pena e do visconde de Carandaí (Belisário Augusto de Oliveira Pena), fazendo parte, portanto, de uma família muito ilustre do século XIX. Com ele, Carolina gerou a seguinte descendência: Maria Augusta de Oliveira Pena, Coronel Randolfo Pena Junior, Judite de Oliveira Pena, Carolina de Oliveira Pena, Mariana Augusta de Oliveira Pena Claudina de Oliveira Pena (Grande benfeitora da casa de Caridade de Paraíba do Sul, em 1923 custeou as obras da Capela de Nossa Senhora da Piedade no morro de Santo Antônio, típica pela sua interessante e bela estrutura em linhas góticas), Coronel Cristiano Augusto de Oliveira Pena, Guilherme Augusto de Oliveira Pena, Maria Guilhermina de Oliveira Pena e Dr. Salvador Augusto de Oliveira Pena.

BRASÃO DE ARMAS: Idêntico ao do pai, ou seja, Escudo esquartelado. No primeiro as armas dos Barrosos, de vermelho com cinco leões de prata, cada um com duas faixas xadrezadas de ouro e vermelho, postos em sautor. No segundo as armas dos Pereira, de goles, com uma cruz de prata florida, vazia do campo, e assim os alternos. Decreto Registrado no Livro VII, Pag. 137, Seção Histórica do Arquivo Nacional.