A 35 dias de assumir a Prefeitura de Paulo de Frontin, Maneko se prepara para encontrar o caos administrativo
Contas rejeitas, denuncias de superfaturamento e a falta de certidão do TCE são alguns problemas que o novo prefeito irá encontrar
27/11/2020
Eleições municipais 2020
Edição 321
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Maneko
Artemenko, prefeito eleito de Engenheiro Paulo de Frontin, e o vice-prefeito
Guilherme Portugal estão se preparando para encontrar uma Prefeitura com as
quatro últimas contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado e, por isso,
proibida de receber recursos através de convênios dos governos federal e
estadual.
A proibição,
que partiu do Ministério da Economia, informou através do Comunicado nº 34 de
14 de julho de 2020 que o
município de Engenheiro Paulo de Frontin está impedido de receber
transferências voluntárias em razão do descumprimento dos limites de gasto com
pessoal, conforme determina a Lei de Responsabilidade Fiscal nº 101 de 2000, bem como pelo não
cumprimento de aplicação do limite mínimo em ações e serviços públicos de
Saúde, descumprindo o estabelecido no artigo 7º da Lei Complementar Federal n.º
141 de 13 de janeiro de 2012.
Tribunal de Contas rejeitou as contas de 2018 do município
Os fatos que levaram
o município a ficar impedido de receber transferências voluntárias foram
verificados pelo
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro no Processo TCE-RJ 207.883-6/19,
informando à Prefeitura sobre a decisão que reprovou as contas do prefeito
Jauldo. A
vedação para o recebimento de transferências voluntárias em função das
irregularidades citadas encontra-se disposta no inciso I, § 3º do art. 23
da LC nº 101 de 2000 e no § 5º do art. 26 da LC nº 141 de 2012.
Prefeitura precisa de certidão emitida pelo TCE
O prefeito
eleito e o vice sabem da necessidade e estão buscando junto ao Tribunal de
Contas do Estado uma solução provisória para que quando assumirem, em 1º de
janeiro, tenham condição de receber recursos federais e estaduais.
Os gestores
precisam assumir para poder saber a real situação das contas municipais e
buscar a solução definitiva para o restabelecimento das condições para a volta do
recebimento definitivo das transferências voluntárias, tão necessárias aos
pequenos municípios com pouca arrecadação.
Para isso é
necessário que o município resolva os problemas que levaram Paulo de Frontin a
não conseguir a certidão emitida pelo TCE/RJ para comprovar junto ao Ministério
da Economia que as irregularidades cessaram e que Frontin encontra-se apto a
receber recursos de transferências voluntárias por meio de convênios ou
contratos de repasse.
Denúncias
do RJTV da Rede Globo
O prefeito
eleito adiantou na edição do Jornal Regional de 17 de novembro que fará
auditoria independente em todos os contratos, em especial o contrato sem
licitação no valor de R$ 300.000,00 com a empresa LRC Comércio e Serviços Ltda.
A empresa LRC foi contratada para o serviço de manutenção da rede elétrica da
cidade.
Na época, foi
alegado ao RJTV que o processo não constava no Portal da Transparência da
Prefeitura de Paulo de Frontin porque ele ainda era físico e por isso não
estava disponível imediatamente, apesar de já terem passado quase 2 anos.
Alegação
O que chamou
atenção foi a fundamentação legal utilizada para a contratação da LRC sem
licitação. A Prefeitura se fundamentou no artigo 25, inciso III da Lei Federal
nº 8.666/93. Esse dispositivo trata da dispensa de licitação para contratação
de qualquer profissional do setor artístico, desde que consagrado pela crítica
especializada ou pela opinião pública, que em nada se enquadra no objeto do
contrato.
Outro contrato que será
auditado
Outro contrato
que será auditado será o da contratação, pela Prefeitura de Paulo de Frontin, da
empresa R7 Comércio e Serviços Ltda EPP para aluguel de 30 impressoras
multifuncionais no valor de R$ 180.000,00.
O prefeito eleito
"Vamos
revirar as contas dessa Prefeitura pelo avesso, pois a cidade, a Saúde, a
Educação e a infraestrutura precisam de recursos e eles não podem estar saindo
por esses ralos feitos pela administração anterior. Recursos públicos são
sagrados e precisam ser respeitados. No Brasil, os empresários têm uma carga
tributária muito grande e não é para ser desviada. Vamos apurar e fazer com que
os que erraram paguem pelo mal feito", concluiu o prefeito eleito Maneko
Artemenko.