Proposta de reajuste salarial dos supermercados é absurda
O setor de supermercados foi o único do comércio que permaneceu aberto durante a pandemia. Comemora bons números, mas não quer valorizar quem mantém as lojas abertas: a categoria comerciária.
21/05/2021
Fala Bizerra!
Edição 346
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O setor de supermercados foi o
único do comércio que permaneceu aberto durante a pandemia. Comemora bons
números, mas não quer valorizar quem mantém as lojas abertas: a categoria comerciária.
Na última negociação da campanha
salarial, ofereceram apenas 6,44% de reajuste, sendo que a inflação do período
ficou em 7,59%. E ainda querem pagar uma parte em maio e outra em novembro. O
sindicato, é claro, rejeitou.
Em 2020, o setor supermercadista
acumulou alta real (tirando a inflação) de 9,36%, de janeiro a dezembro, em
relação ao mesmo período de 2019. Em fevereiro desse ano, as vendas em
supermercados cresceram 5,18% em comparação com o mesmo mês de 2020. Os dados
são da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Os números mostram que os
empresários podem melhorar a proposta. É um absurdo oferecer reajuste abaixo da
inflação. É hora de valorizar quem ajuda o setor a ser um dos mais prósperos da
economia.
É bom lembrar que o consumo
depende de dinheiro na mão do povo e dos trabalhadores, que destinam 90% do
salário que ganham ao comércio, especialmente nos supermercados.
Marcelo Bizerra é dirigente do Sindicato dos Comerciários
do Rio de Janeiro, Miguel Pereira e Paty do Alferes, Diretor da CTB e
presidente da ONG Reviva.