E se Israel estivesse aqui?
Um dia, o mundo acordou e Israel estava encravado na América do Sul. Ali entre o Paraguai, a Argentina e o Brasil
28/05/2021
Israel x Palestina
Edição 347
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Um dia,
o mundo acordou e Israel estava encravado na América do Sul. Ali entre o
Paraguai, a Argentina e o Brasil.
Um belo
dia do ano de 1967, o exército de Israel - após já ter invadido algumas regiões
pequenas do território brasileiro - inicia uma guerra que durou 6 dias e atravessou
definitivamente a fronteira internacionalmente reconhecida, inclusive pela ONU,
incorporando parte do nosso Paraná a seu território. Lá se vão Foz do Iguaçu,
Umuarama, Cascavel, Ponta Grossa, Campo Mourão, Maringá, Londrina e
adjacências, até Ponta Grossa, pertinho de Curitiba, além da Usina de
Itaipu.
Ora,
para quem já chegou até ali, semanas depois Israel toma Curitiba e o porto de
Paranaguá. E seus limites chegam até São Paulo.
O
Brasil, claro, reage. Mas como seu exército não tem o poderio do israelense
(até porque os invasores contam com o apoio explícito dos EUA), não apenas é
derrotado na tentativa de recuperar seu território, como vê sua reação servir
de pretexto para Israel (dizendo-se "agredido") entrar no Rio
Grande do Sul e Santa Catarina, declarando necessitar se "proteger"
do Brasil e aumentar sua "zona de segurança".
Para
além da invasão militar, brasileiros que residiam no Paraná, Rio Grande do Sul
e Santa Catarina são perseguidos e finalmente expulsos. O território é ocupado
por "colonos" israelenses.
A
refrega iniciada em 1967 vai parar na ONU e, depois de muitas reuniões sem que
Israel arredasse pé de seu "novo território", chega-se ao Acordo
de Oslo, firmado em 1993 entre Brasil e Israel, mediado pelos...
EUA. Sim, eles mesmos, os aliados do invasor.
Resumidamente,
o Acordo reza que o território brasileiro invadido por Israel em 1967
será subdividido em três: Santa Catarina volta a ser do Brasil, com a retirada
total dos militares e colonos israelenses; já o Rio Grande do Sul passa a
ter controle civil brasileiro, mas militar de Israel; enquanto o Paraná é
definitivamente considerado território israelense. Tipo, "perdeu,
perdeu, Brasil".
Tamanha
é a repercussão do Acordo (depois de anos de conflitos) que os
presidentes do Brasil e de Israel recebem o Prêmio Nobel da Paz.
Claro
que parte importante da população brasileira achou o Acordo um absurdo,
já que favorecia amplamente o invasor. E os conflitos prosseguem. Com base nisso,
Israel (ainda com a justificativa de se "proteger" do Brasil),
invade São Paulo, Mato Grosso do Sul, o sul de Minas e do Rio de Janeiro, não
só desrespeitando o Acordo de Oslo, mas radicalizando sua presença no
território brasileiro.
Como o
Exército Brasileiro é fraco, a população reage aos invasores como pode, usando
até paus e pedras.
Diante
da radicalização da situação - com Israel agora já ocupando todo o Rio de
Janeiro até Campos, Minas Gerais inteiro e penetrando já em metade de Goiás -, é
fundado um partido político chamado Hamas, que tem como principal ponto de sua
plataforma a expulsão do invasor do território brasileiro.
Ocorrem
eleições no Brasil e o Hamas é eleito por maioria absoluta pela população, que
derrota o governo de então por achá-lo incapaz de defender os interesses da nação
frente ao invasor.
Diante
do resultado do pleito, Israel e os demais países (que assistiam à invasão do
território brasileiro emitindo no máximo notas de "preocupação")
boicotam o novo governo, taxando-o de "terrorista" devido às
ações militares que promove contra o exército invasor. E Israel segue matando a
população brasileira que resiste à sua presença.
Nesta
altura, Israel já controla desde a vacinação no Brasil como o acesso às telecomunicações,
à água, aos alimentos e à energia de Itaipu, assim como o ir e vir da população
brasileira para entrar e sair dos territórios ocupados (que nessa altura, já incluía
Bahia, Mato Grosso e parte do Amazonas), espremendo a população brasileira nos
estados do Norte e Nordeste, enquanto segue instalando "colonos"
israelenses nas áreas sob o seu domínio e expulsando os brasileiros das áreas
ocupadas.
Cabe
perguntar: já pensou se estivéssemos no lugar dos palestinos? Então, por favor,
antes de postar mensagens do tipo "os dois lados não se respeitam",
"enquanto permanecer o ódio entre os dois povos nada será resolvido",
"neste conflito Israel e o Hamas são iguais e não estão interessados em
uma solução", coloque-se no lugar de um palestino.
Por Álvaro
Nascimento