Por que as lésbicas gozam mais?

Um estudo sobre hábitos sexuais publicado na revista Archives of Sexual Behavior comprovou o que alguns já desconfiavam

 04/02/2022     Sexóloga Clarissa Huguet      Edição 383
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Um estudo sobre hábitos sexuais publicado na revista Archives of Sexual Behavior comprovou o que alguns já desconfiavam. Com mais de 52 mil participantes, o estudo concluiu que mulheres lésbicas têm mais orgasmos que as heterossexuais.

Segundo os resultados da pesquisa, a porcentagem de mulheres que dizem ter mais orgasmos é de lésbicas, 86%. Logo em seguida, vêm as bissexuais, com 66% e, por fim, as heterossexuais, com 65%. Dentre as razões apontadas pelas entrevistadas que afirmaram ter muitos e muitos orgasmos apareceu: mais sexo oral, juntamente com a necessidade de comunicação com a parceria, relações sexuais mais longas e estimulação da vulva de formas diferentes da penetração.

Em relações heterossexuais, o foco é, na maioria esmagadora das vezes, na penetração e, vocês que estão aqui comigo já sabem que nosso canal vaginal tem pouca inervação, ficando ela restrita ao primeiro terço distal, ou seja, ela é sensível só ali no iniciozinho. Além disso, grande parte dos homens parte para penetração antes da mulher estar devidamente excitada e lubrificada, num movimento automático, tedioso e repetitivo de bate estaca.

Não é de se estranhar que uma parcela significativa das mulheres nunca tenha atingido o orgasmo com penetração. E o pior, elas acreditam que a responsabilidade por não conseguir atingir o clímax é delas, quando na realidade, muito provavelmente, são os parceiros sexuais que estão precisando fazer um curso comigo para enfim compreender o que de fato excita uma mulher.

O que eu quero explicar aqui é que o clitóris (que fica localizado na vulva para quem ainda tem dificuldade em encontrá-lo) é o nosso órgão sexual, sendo a glande a parte mais sensível dele, ela tem cerca de oito mil terminações nervosas e fica externa no nosso corpo, coberta pelo prepúcio. Assim, com a estimulação correta da vulva e do clitóris, seja com a língua, com os dedos ou com brinquedos eróticos, as mulheres gozam. Resolvido o boicote mental, não tem como dar errado.

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Clarissa Huguet é bacharel em Direito, mestre em Direito Internacional pela Universidade Utrecht, pós-graduada em Educação Sexual pela Unisal e idealizadora do perfil no Instagram @sexualize_se - Contato (21) 99701-7225

Foto @iam.line