Queremos um Rio de paz

O Atlas da Violência analisou as principais características dos homicídios no Brasil

 11/02/2022     Fala Bizerra!      Edição 384
Compartilhe:       

Vinte e quatro de janeiro: o imigrante congolês Moïse Mugenyi Kabagambe foi assassinado a pauladas no quiosque Tropicália, na capital do Rio de Janeiro. Manifestações pacíficas contra o racismo e a xenofobia aconteceram em cidades do país e também no exterior.

Dois de fevereiro: o comerciário Durval Teófilo Filho foi morto pelo vizinho na porta de casa, em São Gonçalo. Segundo a polícia, ele foi baleado ao ser confundido com um bandido pelo sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra.

Dois episódios que mostram como a violência está absurda em nosso Rio de Janeiro. É importante refletirmos sobre que tipo de sociedade precisamos construir para que nosso povo tenha uma vida digna, feliz e de paz. No primeiro caso, vemos pessoas fazendo o que alegaram ser "justiça", mas com as próprias mãos, revelando traços de barbárie. Imagine se todo mundo resolver qualquer situação de conflito pessoal com violência?

Não resolve

O Atlas da Violência analisou as principais características dos homicídios no Brasil: em sua maioria são cometidos por arma de fogo (cerca de 70%) e o percentual de mortes causadas por impulso ou motivos fúteis chegou a 83% do total dos casos no estado de São Paulo, por exemplo.

Caminhos

Combater a violência exige esforço de todos nós e alguns caminhos podem ajudar. A juventude precisa ter perspectiva de um futuro promissor, com trabalho, sucesso pessoal e profissional. Isso é possível com a implantação, pelo governo, de políticas de desenvolvimento educacional que forme cidadãos plenos, e econômico que gere emprego e renda para nossa população. Educação e estabilidade financeira reduzem pobreza e criminalidade.

O Brasil e o Rio de Janeiro precisam de políticas públicas que promovam a inclusão social, com cultura, esporte e qualificação profissional para nossas crianças, jovens e adultos. É ocupar seu tempo com educação e lazer.

Precisamos promover a cultura da não-violência, cada pessoa tem responsabilidade na construção de uma sociedade justa e digna para todos. Precisamos adotar práticas que efetivem direitos individuais e coletivos, dentre elas o respeito às diferenças e à dignidade, estimulando e desenvolvendo a empatia em todas as nossas relações. Queremos um Rio de paz correndo em nosso coração.


Marcelo Bizerra é diretor de Cultura, Esporte e Lazer do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, Miguel Pereira e Paty do Alferes, diretor da Central Sindical CTB, presidente da ONG Reviva e presidente do Bloco Tomatão.