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Estamos iniciando o mês de março e muitas celebrações acontecerão no Brasil para homenagear as mulheres. Não podemos aceitar que, em pleno século 21, com todos os debates e esforços para acabar com a discriminação e a violência contra a mulher, um deputado faça comentários absurdos contra as mulheres de um país que está em guerra.

A atitude de Arthur do Val (Podemos-SP) mostra que quem entra na vida pública deve dar bons exemplos e ajudar a evolução da sociedade em que vive, além de saber o que fala. É necessário que se dê uma punição exemplar ao parlamentar em respeito às mulheres da Ucrânia e do Brasil.

Importante lembrar que além de perder a possibilidade de disputar o governo de São Paulo, o deputado perdeu a namorada Giulia Blagitz e pode ser cassado após a repercussão negativa de suas declarações.

Outras marcas

 Importante analisar, porém, que a guerra iniciada pela Rússia contra a Ucrânia vai deixar outras marcas profundas. É bom ressaltar que outros países estão sendo atacados devido às forças que criticam os russos, como os Estados Unidos, por exemplo.

O conflito está mexendo com a economia mundial e afetando vários países. Apenas a ameaça de exclusão da Rússia do sistema de pagamentos Swift já fez alterar os preços do petróleo no mundo, chegando a 130 dólares o barril e, agora com a proibição, estima-se que o preço do barril chegue a 180 dólares. O fato pode gerar um salto no preço do barril de petróleo e, com isso, os combustíveis também vão disparar, podendo superar R$ 10 por litro de gasolina. Adriano Pires, especialista em energia, acredita que "em uma situação-limite, o preço do petróleo pode alcançar 300 dólares, o que pressionaria ainda mais os combustíveis de todos os países".

E ainda, segundo os ruralistas, a guerra deve gerar um processo inflacionário no setor agropecuário. O resultado prático é que os alimentos podem aumentar seu custo, pois a Rússia é a principal fornecedora de fertilizantes para o Brasil. Só para citar dois exemplos.

Papel da ONU

Em 1945, após o fim da 2ª Guerra Mundial, foi criada a ONU (Organização das Nações Unidas). Composta por 193 países-membros, tem a finalidade de buscar evitar conflitos bélicos e promover a paz entre as nações. Além disso, delibera sobre segurança, diplomacia e cooperação internacionais, devendo atuar em negociações de paz ou de redução dos efeitos de conflitos armados no mundo.

Infelizmente, esse papel vem sendo colocado "em xeque", porque a sua Assembleia Geral encontra-se subalternizada diante do Conselho de Segurança. Composto por apenas cinco países permanentes (Estados Unidos, China, França, Inglaterra e Rússia) e dez rotativos, ele pode vetar qualquer deliberação importante da ONU, como, por exemplo, impedir que um país ataque outro, na tentativa de resolver algum conflito através da diplomacia.

Marcelo Lopes Bizerra é diretor de Cultura, Esporte e Lazer do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, Miguel Pereira e Paty do Alferes, diretor da Central Sindical CTB, presidente da ONG Reviva e presidente do Bloco Tomatão.