Associação Musical de Miguel Pereira

Breve histórico

 10/07/2015     Historiador Sebastião Deister      Edição 41
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Em 1957, Miguel Pereira gozava a euforia do primeiro governo municipal sob o comando de Frederico Augusto da Senna Wangler, o Fritz, eleito logo após a emancipação político-administrativa do Município ocorrida em 25 de outubro de 1955. No bojo de múltiplos planos e sonhos de progresso, e nas asas de dezenas de ideais de crescimento do jovem Município, a música não seria deixada de lado. Havia na cidade um grupo de talentosos musicistas cuja arte só podia ser divulgada em bailes de carnaval ou então em tocatas promovidas pela Sociedade Musical XV de Novembro, sediada no vizinho Distrito de Governador Portela. Contudo, isso não preenchia os planos de dezenas de cidadãos de participar de uma corporação musical miguelense própria: na sua concepção, Miguel Pereira dispunha de plenas condições de organizar sua própria sociedade musical, e assim uma plêiade de músicos, sob a liderança de Moacir Ferreira Machado, resolveu criar na cidade uma agremiação que administrasse uma Banda de Música Civil destinada a acolher em seus quadros alguns excelentes artistas locais que se ressentiam da falta de oportunidade de demonstrar sua cultura musical.

A ideia de criação de uma Banda em Miguel Pereira ganhou expressiva divulgação na cidade, sendo de pronto apoiada por alguns dos mais respeitáveis próceres locais, tais como Antônio de Azevedo Barcellos, Manoel Guilherme Barbosa, Walter Vieira Barbosa, Almir de Nonno, o próprio Prefeito Frederico Wangler, Alcides da Silva, Manoel Gomes de Assumpção, João Deister e seus filhos Hugo, Humberto e Heitor, Lourivado de Almeida Villela, Oswaldo Duarte dos Santos, Homero de Alarcão Machado, Oliveiros de Castro Martins, Vinícius Ferreira Gomes, Dr. Manoel Vieira Muniz, José Tertuliano Gomes, Rômulo Badolati,  Waldemar Pereira Soares e Maurício Ramos Bernardes, entre dezenas de outros.

A Sociedade Musical foi fundada em 1 de maio de 1957, e a sua primeira Diretoria era composta pelos seguintes membros:

 

- PRESIDENTE - Almir de Nonno

- VICE-PRESIDENTE - Moacir Ferreira Machado

- 1º SECRETÁRIO - Manoel Gomes de Assumpção

- 2º SECRETÁRIO - Hugo Deister

- 1º TESOUREIRO - Walter Vieira Barbosa

- 2º TESOUREIRO - José Tertuliano Gomes

- ARQUIVISTA - Lourivaldo de Almeida Villela

- ZELADOR - Alcides da Silva

- CONSELHO FISCAL - Oliveiros de Castro Martins, Manoel Guilherme Barbosa e Waldemar Pereira Soares

- FISCAIS SUPLENTES - Álvaro Martins Leal, Maurício Ramos Bernardes e Frederico Wangler

 

A primeira tocata da Banda ocorreu no dia 1 de janeiro de 1958, numa homenagem especial ao aniversário de fundação da Sociedade Beneficente de Miguel Pereira, entidade filantrópica fundada por Oswaldo Duarte.

No dia 1 de maio de 1958 - ao completar um ano de existência - a Sociedade Musical de Miguel Pereira apresentava, em um coreto especialmente armado na Praça da Matriz, a sua primeira retreta oficial, já envergando seus vistosos e elegantes uniformes. Lá estavam Moacir Ferreira Machado, Walter Vieira Barbosa, Aurelino Lavinas, João Deister e os filhos Hugo e Heitor, José Tertuliano Gomes, Alcides da Silva, José Mendes, João Canuto, Ramiro da Silva, Armando Moreira, Álvaro Gomes de Assumpção, Geraldo José Marcolino da Silva, Nelsinho e músicos reservas, como Almir Martins e João Batista Vieira.  Minutos antes, a Banda posara para a posteridade nas escadas da Igreja Matriz de Santo Antônio da Estiva (ver imagem), tendo a ladeá-la o Presidente Almir de Nonno, o arquivista Lourivaldo de Almeida Villela, o 1º Secretário Manoel Gomes de Assumpção e o sócio colaborador Aynaro Pereira Leitão e outros membros do Conselho Fiscal.

Sob a batuta do maestro Alcir Silva Valente - formado em suas próprias fileiras - a Sociedade Musical de Miguel Pereira alcançou posição de enorme destaque no Estado do Rio de Janeiro. Participando com raro brilho dos Encontros Estaduais de Bandas Civis promovidos pela Secretaria de Estado de Cultura, a agremiação obteve prêmios e comendas nas disputas travadas com outras corporações de projeção em todo o Estado, em especial nos concursos de Niterói, Valença, Miguel Pereira, São João de Meriti, São Gonçalo, Rio Bonito e Angra dos Reis, alternando suas vitórias com alguns expressivos vice-campeonatos e sempre alcançando o título de banda de Melhor Comunicação com o Público em todos os concursos de que participou.

Por exigência legal, esta expressiva célula cultural de Miguel Pereira precisou alterar sua titulação, trocando em sua documentação o termo "SOCIEDADE" por "ASSOCIAÇÃO", mantendo, porém, o alto nível de suas apresentações.