Previous Next

A pandemia da Covid-19 deixou um rastro de destruição, levou pessoas de todas as idades, classes sociais e gêneros. Fez estragos na economia global. Os reflexos desse verdadeiro tsunami ainda nos afetam diretamente. A vacinação em massa chegou, o número de internações e mortes caiu consideravelmente em relação ao pico da crise, mas outros fantasmas nos assombram, como o desemprego.

O Estado do Rio de Janeiro encerrou o primeiro trimestre de 2022 com terceira maior taxa de desemprego do país, segundo dados da Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE. No fim de março, o contingente de desempregados no nosso estado somava 1,323 milhão de trabalhadores e a taxa de desemprego ficou em 14,9%, a mesma apurada em Sergipe, atrás apenas da Bahia (17,6%) e Pernambuco (17%).

Governo do Estado reage

Apesar dos esforços do governador Claudio Castro para a retomada dos investimentos para o desenvolvimento econômico, poucas vezes vistos antes, questões estruturais da economia fluminense associadas à crise provocada pela pandemia explicam, em parte, a alta taxa de desemprego no estado, quando comparada aos vizinhos da região sudeste (São Paulo: 10,8%; Minas Gerias: 9,3%; Espírito Santo, 9,2%), aponta a pesquisa.

Segundo Adriana Beringuy, analista da pesquisa do IBGE, aqui no Rio, a atividade econômica é muito voltada para serviços e comércio, sendo essas as áreas mais afetadas nos últimos anos, sobretudo por causa da pandemia, o que acaba atrapalhando a capacidade de geração de oportunidades de ocupação.

Comércio e serviços

A geração de empregos só acontece quando há investimentos em infraestrutura, na indústria, no comércio e serviços, sendo estes últimos muito ligados à principal vocação do Estado do Rio, o turismo, não por acaso, uma das atividades mais prejudicadas com a pandemia. O governo do estado tem investido fortemente na área, com um conjunto de projetos e ações que contemplam todos os municípios.

Projetos e ações na Alerj

Na Assembleia Legislativa (Alerj), tenho batalhado pela geração de empregos. Solicitei junto ao governador e fui atendido com a implantação da Casa do Trabalhador em Vassouras, minha cidade natal e da qual fui prefeito, Paty do Alferes, município do qual fui prefeito por dois mandatos, Miguel Pereira, Três Rios, Rio das Flores, Sapucaia, Carmo, Sumidouro, além de ter participado, em parceria, na implantação em Comendador Levy Gasparian e Japeri. A Casa do Trabalhador é parte de um programa da Secretaria Estadual de Trabalho e Renda, criado em 2013, que visa a ampliar as oportunidades de qualificação profissional e inserção no mercado de trabalho e vem ao encontro das urgentes necessidades atuais.

Cabe ressaltar que a sustentabilidade de um projeto de geração de empregos só se dá por meio de acesso à Educação de qualidade e programas de qualificação profissional. Essa é uma prioridade do meu trabalho desde que decidi ser professor de educação física, antes de entrar para a vida pública, há mais de 40 anos, como vereador de Vassouras, aos 23 anos, depois prefeito de Paty, Vassouras, secretário municipal de Educação, deputado federal e, atualmente, deputado estadual.

Educação de qualidade

Consegui, em parceria com o então reitor da UERJ, Ricardo Lodi, levar para Paty do Alferes um polo de extensão da conceituada universidade, que está promovendo qualificação gratuita para centenas de pessoas, com pré-vestibular social, programas culturais e esportivos. Estou na luta para implantar unidades descentralizadas do Colégio Pedro II e do Instituto Benjamin Constant, que tem o objetivo também de promover a inclusão social de surdos. Sou autor da Emenda à Constituição que possibilita aos Intérpretes de Libras terem mais de uma matrícula na rede pública. Apresentei dezenas de outras indicações, outros tantos projetos de lei para a Educação.

Empregos não podem ser extintos

Geração de empregos é prioridade, repito, e brigar pela manutenção de vagas é fundamental. Estou na luta, esta semana, para que não sejam extintos 800 empregos diretos e 2 mil indiretos na fábrica de luvas Lemgruber (Targa S.A), maior empregador na cidade de Paraíba do Sul (município do Centro-Sul Fluminense), com 40 mil habitantes). Estive lá com a vereadora Tia Norma, o vereador Léo Corrêa, o ex-prefeito Gil Leal e Cosme Geovane. Conversei com o CEO da empresa, José Antônio Blanco. Vou levar aos meus pares da Assembleia Legislativa e ao governador Claudio Castro esse sério problema, que pode abalar o município e a vida de milhares de pessoas, suas famílias e a economia do município e do estado. Para não demitir em massa e, o que é ainda pior, fechar as portas até o fim deste ano, a fábrica de luvas está solicitando a ajuda de parlamentares e do poder executivo para o retorno da incidência da alíquota no imposto de importação de 35%, como praticado no mercado brasileiro até março de 2020, e, assim, restabelecer o equilíbrio competitivo no setor entre importadores e o fabricante nacional; a exoneração do pagamento da alíquota estadual do ICMS do gás natural subministrado pela CEG para compensar os elevados aumentos de preço dos últimos meses (36% desde janeiro); e não deixar o Brasil correr o risco de ficar sem suprimentos em surtos sanitários futuros (a fábrica é responsável pela produção de até 20% do mercado interno brasileiro de luvas cirúrgicas).

Quem investe em nosso estado e país, empregando tecnologia de ponta e com planos de expansão que podem possibilitar a geração de novos postos de trabalho, merece e precisa receber todo o apoio que se fizer necessário para continuar nessa missão. O que será da economia dos municípios do interior do estado se continuarmos perdendo nossos grandes empregadores?

Só conseguiremos ter um estado forte se fortalecermos os nossos municípios!

Eurico Júnior é deputado estadual, líder do Partido Verde na Alerj. Foi vereador, prefeito de Vassouras, prefeito de Paty do Alferes (por dois mandatos) e deputado federal