O que comemorar no Dia do Solteiro?

Algumas pessoas podem torcer o nariz e pensar: mas o que há de bom em ser solteiro?

 19/08/2022     Sexóloga Clarissa Huguet      Edição 411
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Dia 15 de agosto comemora-se o dia do solteiro. Algumas pessoas podem torcer o nariz e pensar: mas o que há de bom em ser solteiro? Esta pergunta está embebida de preconceitos, afinal, e sobretudo em se tratando de mulheres com mais de 30 anos de idade, a solteirice é associada a algo pejorativo, à solidão e a estar nessa situação por falta de opção. Quem nunca ouviu a frase: "Ah, ela deve estar encalhada, né? Sozinha até esta idade...".

Universidade da Califórnia

Pois eu vos digo que ser solteira tem inúmeras vantagens e sabores. E que um sem número de pessoas opta por viver sem uma parceria fixa, o que nada tem a ver com ser uma pessoa solitária. Uma psicóloga norte-americana da Universidade da Califórnia, professora Bella de Paulo, após empreender em uma pesquisa com mais de 800 artigos acadêmicos que mencionavam os efeitos de ser solteiro, chamou atenção ao declarar que pessoas solteiras vivem mais tempo, são mais felizes e mais saudáveis. Porém, fato é que as pessoas continuam se casando, o que não quer dizer muita coisa quando partimos para a análise da qualidade das relações e número de divórcios. O ano de 2021, o segundo da pandemia do novo coronavírus, foi marcado pela realização de 80.573 divórcios no Brasil, número recorde da série histórica iniciada em 2007. O número registrado em 2021 significa aumento de 4% em relação a 2020, quando foram lavradas 77.509 escrituras de divórcios nos tabelionatos de notas, recorde anterior de dissoluções de casamentos pela via notarial, no Brasil. No total, foram 2,8 mil divórcios a mais em comparação com 2020.

Ainda há muita pressão familiar para que as pessoas se casem e constituam uma família, como se isso fosse sinônimo de felicidade e completude. Como se a validação que aquele ser humano "deu certo" dependesse disso. Ledo engano, vemos mais e mais indivíduos realizados com relações fora do padrão exigido socialmente, com suas carreiras, grupos de amigos, pais e irmãos; e sem filhos.

Viva a liberdade de escolha! Agora me conta: como funciona por aí? Você é mais feliz solteira ou casada?

Clarissa Huguet é bacharel em Direito, mestre em Direito Internacional pela Universidade Utrecht, pós-graduada em Educação Sexual pela Unisal e idealizadora do perfil no Instagram @sexualize_se - Contato (21) 99701-7225