Neiva Moreira, assessor do então deputado federal Leonel Brizola, perguntou ao José Luiz se ele se interessava por comprar carros direto na fábrica da VW
Djalminha interessou-se. Pegou uma carta de recomendação do deputado Brizola, e tocou para a fábrica da VW
09/09/2022
Pode isso, Arnaldo?!!
Edição 414
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Arnaldo...
Djalminha tinha duas paixões, carros e futebol. Chegou,
inclusive, a ser diretor de Futebol do glorioso Botafogo na época de Garrincha.
Era ano de 1964 e eles tinham um futebol, em Petrópolis,
na casa do empresário José Luiz. Em um desses jogos, Neiva Moreira, assessor do
então deputado federal Leonel Brizola, perguntou ao José Luiz se ele se
interessava por comprar carros direto na fábrica da VW, em São Paulo. José Luiz
não se interessou, agradeceu, mas disse que Djalminha, que tinha agência de automóvel,
poderia se interessar.
Djalminha interessou-se. Pegou uma carta de recomendação
do deputado Brizola, e tocou para a fábrica da VW, em São Paulo, com mais 10
amigos para trazer os carros. Chegando lá, fala com um, fala com outro e nada.
Até que ele disse que estava trazendo uma carta do deputado federal Leonel Brizola
pedindo para que ele (Djalminha) fosse atendido.
Quando a diretoria da VW soube, desceu em peso, estendeu
o tapete vermelho, mandou preparar os carros e convidou a turma de 10 amigos que
vieram para levar os carros (na época não existiam os caminhões cegonha) para
almoçar na fábrica. Depois do almoço, tudo certo, os carros prontos e
revisados, pegaram a estrada.
Chegando no Rio, Djalminha vendeu os carros em dois dias,
uma vez que conseguiu um preço mais barato que as concessionárias da VW
recebiam pelos carros.
Djalminha ficou radiante e foi ao gabinete do deputado
Brizola para ver quanto ele "devia". Neiva Moreira orientou Djalminha a não
tocar nesse assunto de "dinheiro".
- Apenas agradece
ao deputado, mais nada. - disse Neiva Moreira.
E assim ele fez. Entrou, agradeceu muito e despediu-se.
Djalminha achava que ia ficar rico, mas, logo depois, veio o golpe de 1964 e
Brizola teve que se exilar no exterior, e o resto da história a gente conhece...
Pode isso, Arnaldo!?...