Escola Profissional Carvalho de Souza - Senai
Urgia instalar na região um centro de formação profissional que, em tempo relativamente curto, formasse trabalhadores capacitados para as áreas mais necessitadas da Linha Auxiliar.
09/12/2022
Historiador Sebastião Deister
Edição 427
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Nos anos quarenta da centúria anterior, novas
necessidades de ensino emergiam com força em Portela e Miguel Pereira. As
séries regulares dos então chamados Cursos Primários não mais se mostravam
suficientemente capacitados a atender a multiplicação de alunos e à constante
demanda de mão-de-obra especializada que o crescimento das cidades impunha. Em
pouco tempo, a ferrovia descobriu-se carente de funcionários e técnicos que
pudessem exercer alguns serviços fundamentais ao longo da movimentada Linha
Auxiliar. Com efeito, a Estrada
de Ferro, tão onipresente na serra e desfrutando o apogeu de suas atividades
entre Japeri e Porto Novo do Cunha, dependia bastante de mecânicos,
serralheiros, carpinteiros, funileiros, eletricistas, pintores, bombeiros
hidráulicos, torneiros, agentes administrativos e metalúrgicos em geral, ou
seja, toda uma plêiade de profissionais qualificados e bem treinados que um
ensino regular primário jamais poderia oferecer.
Com o
lamentável enfraquecimento da ferrovia entre os anos sessenta e setenta, a
Escola Profissional lentamente perdeu a atração que despertava nos jovens do
município, visto que não mais poderia formar profissionais capazes de serem
absorvidas pela Estrada de Ferro. Persistiu durante algum tempo, é verdade, mas
injunções financeiras severas e a perda de seu mercado especializado levaram
seus diretores à triste conclusão de que aquele notável centro de ensino
perdera sua razão de ser. Em última tentativa de mantê-la em atividade, acabou
sendo encampada pelo SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), mas
nem mesmo este sistema de atendimento manteve-se firme em nosso município.
Tipicamente um centro estudantil masculino, por um par de anos o
estabelecimento ainda recebeu uma leva de estudantes, abrindo espaço para
meninas, mas seu destino estava traçado: de maneira inexorável, a pioneira
escola viu todo seu notável patrimônio relegado a um abandono absurdo e mesmo
inimaginável.
Todavia, em 1999 o então prefeito Roberto de
Almeida, ao lado da secretária de Educação Maria das Graças de Ávila Guimarães,
decidiu adquirir as dependências da escola, municipalizando-a e agregando-a à
rede municipal de Miguel Pereira com a titulação Escola de Formação Governador
Portela. Foram realizadas, então, diversas obras de restauração de seus ambientes
e intervenções em todos os seus espaços, trazendo para Portela um belo conjunto
educacional até hoje em plena atividade atendendo alunos no 2º Segmento de
Ensino Fundamental, ou seja, do 6º ao 9º ano.
IMAGEM: Formatura na
Escola Profissional (final dos anos cinquenta)
Na próxima edição: Adalmar Corrêa da Silva e A
Escola Normal Professora Adalice Soares